De acordo com o estudo, os elementos químicos na estratosfera e a temperatura na superfície do Pacífico reagem durante o período de maior incidência solar e influenciam a movimentação do ar. Isto intensifica ventos e chuvas, altera as temperaturas nos oceanos e a cobertura de nuvens de regiões tropicais e subtropicais, o que acaba por afetar todo o clima da Terra.
“É conhecido que os padrões climáticos estão relacionados com o ciclo solar. O que era um mistério é como isso acontece fisicamente. Este impressionante estudo começa a desvendar essa questão”, afirma Jay Fein, diretor da NSF (Fundação Nacional de Ciência), entidade norte-americana que financiou a pesquisa, liderada pelo NCAR (Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas dos EUA).
Os resultados respondem a uma das questões mais difíceis dos meteorologistas. Era difícil entender como poderiam ser causadas mudanças tão grandes no planeta se o total da energia que chega à Terra varia apenas 0,1% em todo o ciclo solar de 11 anos.
O ciclo solar pode fortalecer eventos como a La Niña e o El Niño. A grande La Niña de 1988-1989 aconteceu durante um pico solar. O fenômeno ficou especialmente poderoso e foi associado então a padrões climáticos como o inverno seco e ameno no sudoeste dos Estados Unidos.
“Entender o papel do ciclo solar deve fornecer aos cientistas ajuda na previsão de padrões climáticos nos próximos anos”, explica o principal autor do estudo, Gerald Meehl, do NCAR. (Fonte: Folha Online)