O grupo do G20 evitou fazer estimativas em dólar, citando em vez disso um estudo do Banco Mundial segundo o qual somente o mundo em desenvolvimento precisará de mais de 100 bilhões de dólares por ano até 2030.
O presidente dos EUA Barack Obama disse em julho que os ministros das Finanças devem apresentar relatórios sobre recursos para o clima numa cúpula do G20 marcada para 24 e 25 de setembro em Pittsburgh, suscitando expectativas de avanços esta semana em Londres.
Os recursos para enfrentar as mudanças climáticas se dividem entre os necessários para reduzir as emissões dos gases estufa que alimentam o problema, e, de outro lado, aqueles necessários para preparar o mundo para enfrentar mais secas, enchentes e elevação dos mares. Os dois tipos são conhecidos respectivamente como mitigação e adaptação.
“Existe um grande abismo financeiro entre as necessidades projetadas e as fontes atuais de recursos,” disse o documento provisório de 6 páginas ao qual a Reuters teve acesso na sexta-feira (4).
“Os recursos para a mitigação e a adaptação terão que ser aumentados urgente e substancialmente e devem mobilizar recursos para ajudar os países em desenvolvimento a tomar medidas, começando no curto prazo.”
O relatório, não datado mas redigido após a cúpula do G8 em julho na Itália, foi mais específico em relação às opções para o setor privado.
Isso pode desagradar a alguns países em desenvolvimento e grupos ambientalistas, que querem comprometimentos inequívocos dos governos para ajudar os países em desenvolvimento.
O relatório é favorável, por exemplo, aos mercados de carbono como possível fonte de recursos do setor privado, citando uma estimativa do Tesouro australiano segundo a qual o mundo desenvolvido poderia gastar 80 a 160 bilhões de dólares até 2020 com a redução de emissões em países em desenvolvimento, com isso ganhando o direito de poluir em seus próprios países.
O processo do G20 faz parte de um calendário lotado de encontros que visam impulsionar as negociações da ONU para chegar a um novo tratado climático global em Copenhague em dezembro.
Com relação às finanças públicas, o documento levantou perguntas sobre como a conta climática deve ser dividida, por exemplo se países em desenvolvimento que crescem mais rapidamente também devem pagar, e se os compromissos ao nível de países devem ser decididos segundo critérios de riqueza nacional, emissões de carbono ou outros.
O relatório não mencionou que organismo global deve alocar o dinheiro. O nível de financiamento e sua alocação são questões complicadas nas conversações de Copenhague, em que os países em desenvolvimento pedem mais voz para determinar como são gastas as contribuições dos países ricos. (Fonte: Estadão Online)