A previsão é de seca e temperaturas altas para os próximos três meses, em especial na porção leste da Amazônia – justamente onde há menos floresta e a vegetação está mais propensa ao fogo. “A floresta está preparada naturalmente para períodos de estiagem relativamente longos, mas as pastagens, depois de algumas semanas sem chuva, secam e acabam morrendo”, explica o chefe da Divisão de Meteorologia e Climatologia do Sipam, Ricardo Dallarosa.
A seca é resultado do aquecimento das águas do Oceano Pacífico – fenômeno conhecido como El Niño. Caso esse evento climático se acentue, as chuvas diminuirão ainda mais e as fumaças provenientes das queimadas podem ter dificuldade de se dissipar na atmosfera, em um fenômeno conhecido como “inversão térmica”.
“É como colocar uma tampa que impede que os gases produzidos na superfície possam se dissipar. Eles ficam presos. A concentração de fumaça aumenta, e isso acaba causando problemas de saúde do trato respiratório”, conta Dallarosa.
Segundo o meteorologista, a seca prevista pra os próximos meses não tem relação com as cheias recordes ocorridas no início de 2009. Assim, não se corre o risco de repetir a falta de chuvas que aconteceram em 2005, quando vários rios secaram e deixaram várias regiões da Amazônia sem acesso. (Fonte: Iberê Thenório/ Globo Amazônia)