“Medidas facilmente identificáveis e com boa relação custo-benefício – como a melhoria da drenagem, barreiras marítimas e melhoria nos regulamentos para construções, entre muitas outras – poderiam reduzir os potenciais prejuízos econômicos resultantes da mudança climática para todas as regiões”, disse nota que acompanha o estudo de 147 páginas.
O relatório, intitulado “Montando um desenvolvimento resistente ao clima”, está sendo divulgado a três meses da importante reunião ministerial de Copenhague, em dezembro, da qual deve resultar um novo tratado global para o combate à mudança climática.
O estudo examinou oito regiões do mundo, ricas e pobres, tidas como mais propensas a secas, furacões, inundações e elevação do nível dos mares, como resultado da mudança climática global.
No pior cenário, segundo o estudo, inundações na Guiana poderiam reduzir o PIB desse país em 19% até 2030. Na Flórida, a economia local poderia encolher em 10% devido a desastres climáticos no mesmo período.
O grupo de trabalho é formado pela ONU, pela seguradora Swiss Re, pela consultoria McKinsey, pela Comissão Europeia, pela Fundação Rockefeller, pelo Standard Chartered Bank e pela rede ambiental ClimateWorks.
Em um prefácio ao estudo, Nicholas Stern, economista e ex-consultor do governo britânico, disse que pouco se fez até agora para conter o aquecimento global e limitar as emissões de dióxido de carbono.
“Os países precisarão se planejar para a adaptação com muito mais rigor, foco e urgência do que até agora”, escreveu. “Devemos às pessoas mais vulneráveis do planeta uma combinação do melhor apoio possível para fortalecer a capacidade adaptativa.”
Uma das maiores discussões nos preparativos para a cúpula de Copenhague é quanto dinheiro os países ricos devem destinar aos pobres para o combate ao problema.
O relatório diz que o aquecimento deve aumentar os danos provocados por furacões na Flórida, custando ao Estado 33 bilhões de dólares adicionais por ano até 2030.
No Estado indiano de Maharashtra, secas extremas, que historicamente ocorrem a cada 25 anos, podem surgir a cada oito anos, também resultando em prejuízos bilionários.
No mês passado, um relatório acadêmico disse que a adaptação aos piores efeitos climáticos do mundo provavelmente custaria muito mais do que a ONU estimava até agora.
O secretariado de mudança climática da ONU avalia os custos, incluindo medidas como o desenvolvimento de cultivos resistentes a secas e o combate a epidemias, em 40 a 170 bilhões de dólares por ano até 2030 – uma estimativa muito ampla, que reflete por si só a incerteza em torno do fenômeno. (Fonte: Estadão Online)