Contudo, o documento falha em produzir uma meta numérica para o financiamento de medidas para amenizar a mudança climática e controle. E também não inclui um prazo final para a eliminação gradual do subsídio.
Ao contrário, diante da oposição dos países que mais pagam subsídios, tais como a Rússia, o comunicado diz que o apoio do governo deve desaparecer “ao longo do médio prazo”. Isso deixa o prazo final por conta dos países do G-20 e seus interesses individuais.
Apesar das expectativas de que o encontro do G-20 fosse um marco no caminho para uma conferência de mudança climática de dezembro em Copenhagen, até agora o grupo tem, em grande medida, adiado as decisões. A eliminação gradual dos subsídios de combustíveis fósseis tem sido apregoado por membros da administração dos presidente dos EUA Barack Obama como o ponto central da iniciativa ambiental. Mas sem um prazo final, não está claro quando isso vai acontecer.
“Teremos nossos ministros de Energia e Finanças, com base em suas circunstâncias nacionais, desenvolvendo a implementação de estratégias e prazos”, segundo o texto do comunicado. O comunicado também vai pedir o fortalecimento da regulamentação sobre especulação com petróleo.
“Vamos instruir os órgãos reguladores relevantes a também coletar dados relacionados aos mercados de petróleo de balcão e adotar medidas para combater a manipulação do mercado que conduzam a excessiva volatilidade de preço”, diz o documento.
Sob a sessão financiamento climático, os estados membros vão “instruir” os ministros de finanças a apresentar no encontro de novembro opções a serem consideradas em Copenhagen. Isso é mais forte que o rascunho inicial que somente “convidava” os ministros a agir.
“Isto pelo menos cria um processo antes de Copenhagen”, disse Alden Meyer, diretor de estratégia e política da Union of Concerned Scientists, que está pressionando por uma ação mais forte para combater o aquecimento global.
O acordo para a proposta é uma vitória para o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, anfitrião da reunião e que recentemente mostrou o desejo de alterar a postura do país em relação ao clima. Os Estados Unidos, vinham se mostrando reticentes a adquirir um compromisso firme na luta contra o aquecimento global, resistência que gerou atritos com seus parceiros europeus.
Simbolicamente o país escolheu realizar a reunião em um emblemático edifício ecológico no centro de convenções mais “verde” do país. O jardim botânico Phipps, sede do jantar, é um edifício de vidro de origem vitoriana construído em 1893, considerado o “coração verde de Pittsburgh” e um modelo de inovação ecológica.
Suas instalações se transformaram em um símbolo da transformação de Pittsburgh, capital durante décadas da indústria siderúrgica dos EUA, na qual durante anos só eram possível ver o sol quando os empregados metalúrgicos estavam em greve.
A crise do setor siderúrgico forçou a cidade a se reinventar, o que a levou a apostar na pesquisa em áreas como a biomedicina e a desenvolver uma consciência ambiental.
O Centro de Convenções David L. Lawrence, que recebe milhares de jornalistas e será a sede da cúpula dos líderes do G20, é outro exemplo desse esforço ecológico. Construído em 2003 às margens do Rio Allegheny, o edifício, que custou US$ 375 milhões, tem um sistema de ventilação natural que utiliza as correntes de ar fresco do rio para os sistemas de ar condicionado.
Os gerentes do centro levaram esse espírito ecológico até a cozinha, onde são usados sacos plásticos biodegradáveis e onde as sobras de alimentos servem como adubo orgânico. A água do imóvel também é reciclada para ser reutilizada nos banheiros. (Fonte: Estadão Online)