Indonésia apresenta plano de corte de CO2 contra efeito estufa

A Indonésia tornou-se o mais recente dos países em desenvolvimento a oferecer planos ambiciosos para combater o aquecimento global, e o chefe das Nações Unidas para a questão climática pediu que os países ricos avancem em seus compromissos de corte de emissão dos gases causadores do efeito estufa.

Países estão reunidos para duas semanas de conversações em Bangcoc, Tailândia, para preparar o tratado que sucederá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O tratado deverá ser finalizado numa reunião marcada para dezembro em Copenhague.

As negociações estão travadas há meses, com os países pobres irritados com a recusa das nações ricas em assumir compromissos com cortes significativos de emissões, ou com o fornecimento de bilhões de dólares em ajuda para mitigar os efeitos da mudança climática.

O principal funcionário da ONU para questão, Yvo de Boer, disse que a frustração dos países em desenvolvimento é cada vez maior.

“Os países em desenvolvimento estão fazendo esforços muito significativos para mostrar o que vêm realizando para lidar com a mudança climática e o que mais estão dispostos a fazer”, disse de Boer. “Estamos arrastando esse debate há dois anos, sobre o que mais os países industrializados podem assumir, sob o Protocolo de Kyoto. O debate precisa chegar a uma conclusão”.

Indonésia, que segundo algumas estimativas é o terceiro maior emissor dos gases que aprisionam o calor do Sol na atmosfera da Terra, atrás de EUA e China, disse que reduziria suas emissões em 26% até 2020 e poderia chegar a 41%, se recebesse ajuda financeira. A queda viria de uma combinação entre o uso de energias renováveis, eficiência energética e combate ao desfloerestamento.

“Queremos dizer ao mundo que, embora a obrigação seja principalmente dos países desenvolvidos, a Indonésia, sendo uma vítima da mudança climática, gostaria de fazer algo para evitá-la”, disse o chefe da delegação indonésia, Agus Purnomo.

O rascunho do acordo de Copenhague pede que os países pobres cortem suas emissões entre 15% e 30% até 2020 além dos cortes que já fariam normalmente, desde que recebam ajuda financeira dos países ricos.

A maioria dos países desenvolvidos, exceto os Estados Unidos, ofereceu cortes de 15% a 23% abaixo do nível de 1990, até 2020. Isso não chega ao corte de 25% a 40% que os cientistas consideram necessário para impedir os efeitos mais catastróficos do aquecimento global. (Fonte: Estadão Online)