O primeiro-ministro britânico Gordon Brown pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que telefone a Barack Obama para convidá-lo a ir a Copenhague para a reunião das Nações Unidas sobre mudança climática, a iniciar-se no dia 8 de dezembro.
Assim que chegar ao Brasil, nesta sexta-feira (6) , Lula falará com seu colega norte-americano, no que é parte de seus esforços para conseguir uma massa crítica de governantes em Copenhague capaz de dar o impulso político para destravar as negociações que caminham para um impasse já admitido até pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.
Na opinião de Lula, só com a presença de autoridades do mais alto nível será possível estabelecer “um número factível” para a redução da emissão de gases que provocam o aquecimento global.
Sempre segundo o presidente brasileiro, Gordon Brown e o presidente francês Nicolas Sarkozy já se comprometeram a ir a Copenhague. O próprio Lula, no entanto, condiciona a sua ida a haver um quorum suficientemente representativo de chefes de governo que possa dar respostas àquele que ele considera “o problema mais sério do mundo”.
Metas brasileiras – Quanto ao Brasil, Lula diz que o país levará, sim, metas numéricas para a reunião de Copenhague, mas admitiu que ainda “há alguma coisa para acertar” internamente, o que deve ocorrer em nova reunião ministerial no dia 13.
“Não vai ter dois ministros falando coisas diferentes”, disse o presidente, em alusão direta, mas sem nomes, às divergências entre os Ministérios em torno das metas.
A meta já definida é a redução de 80% do desmatamento até 2020, o que exigirá “esforço incomensurável” do Brasil, segundo Lula. O desmatamento é o principal responsável, no Brasil, pela emissão de gases.
Mas o presidente diz que haverá também “um conjunto de outras políticas, que são um compromisso do Brasil”. A Folha quis saber se essa ideia significava que os compromissos valem perante a sociedade brasileira, mas não ante a comunidade internacional. Lula disse que não se trata disso: “O que não queremos é impor nossos números à comunidade internacional”. (Fonte: Clóvis Rossi/ Folha Online)