Os planetas foram encontrados por astrônomos australianos, britânicos e norte-americanos, com a ajuda dos telescópios Anglo-Australiano e Keck, localizados respectivamente na Austrália e no Havaí. O anúncio foi feito neste domingo (13).
O grupo não observou os planetas diretamente, tendo usado para a detecção o efeito Doppler, que mede como os planetas são atraídos pela gravidade das estrelas dos sistemas de que fazem parte.
Dos planetas descobertos, três orbitam a estrela 61 Virginis, que é praticamente uma gêmea do Sol, tamanha a semelhança entre as estrelas. As massas dos planetas variam de 5,3 a 24,9 vezes a massa da Terra.
“Esses planetas são especialmente instigantes. Estão próximos, em tamanho, à Netuno, que tem 17 vezes a massa da Terra. Aparentemente, há muitas estrelas parecidas com o Sol que contam com planetas dessa massa ou menor. Isso indica um caminho para descobrirmos planetas menores que podem ser rochosos e com condições favoráveis ao suporte da vida”, disse Chris Tinney, da Universidade de New South Wales, na Austrália, um dos autores do estudo que será publicado em breve no Astrophysical Journal.
A 61 Virginis pode ser vista da Terra a olho nu. Ela se encontra a 28 anos-luz da Terra na constelação de Virgem, que, nesse período do ano pode ser observada algumas horas antes do nascer do Sol.
O quarto planeta descoberto é bem maior, com massa semelhante à de Júpiter, e orbita a estrela 23 Librae, também parecida com o Sol. A estrela está a 84 anos-luz da Terra na constelação de Libra. É o segundo planeta observado nessa constelação, após o primeiro em 2006. O novo planeta tem uma órbita de 14 anos, um pouco maior do que a de Júpiter, que é de 12 anos.
“O que detectamos nesse sistema estelas é muito parecido com o que encontraríamos em nosso Sistema Solar se o estivéssemos observando a distância”, disse Simon O’Toole, do Observatório Anglo-Australiano, outro autor da descoberta.
Outro ponto destacado pelos pesquisadores é a colaboração entre equipes e instrumentos, com o uso conjunto, no caso, de dois potentes telescópios. “Com essa colaboração, teremos uma excelente chance de identificar, nos próximos anos, planetas potencialmente habitáveis em órbita de estrelas próximas”, disse Paul Butler, do Instituto Carnegie, em Washington, outro autor do estudo. (Fonte: Agência Fapesp)