O motivo declarado por Hedegaard para a renúncia é que, diante do grande número de líderes políticos presentes na cúpula, era “apropriado” que essa função fosse para o primeiro-ministro dinamarquês, e acrescentou que continuará realizando consultas informais em nome da Presidência.
No entanto, Hedegaard havia admitido na terça-feira (15) que ainda havia “muitos obstáculos” nas negociações.
Depois que as negociações foram interrompidas pelo bloco africano na segunda-feira (14), que se mostrou insatisfeito sobre atitudes dos países ricos sobre o Protocolo de Kyoto. A então presidente da Conferência Hedegaard também foi acusada de querer beneficiar os países ricos. Ela disse na ocasião que as próximas 48 horas – terminadas com sua renúncia – seriam “críticas” para que a reunião de Copenhague “tenha êxito”.
A renúncia também acontece no mesmo dia em que 230 ativistas foram detidos quando tentavam avançar em direção à sede da conferência sobre o clima.
Yvo de Boer – O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), Yvo de Boer – responsável pelos preparativos da conferência -, anunciou a mudança à frente da Presidência da reunião e explicou que Hedegaard tinha apresentado esta manhã uma carta de renúncia, ato considerado uma formalidade.
A ex-ministra foi designada “representante especial” de Rasmussen para continuar dirigindo as consultas informais que buscam alcançar um acordo em Copenhague, no momento em que as negociações estão em um ponto morto, segundo fontes oficiais e de diversas ONGs.
Hedegaard anunciou que, em breve, será apresentada uma nova proposta de acordo na cúpula, baseada nas duas minutas que foram discutidas nos últimos dias.
A notícia da renúncia foi anunciada durante a suspensão da sessão plenária de hoje para dar lugar aos discursos dos chefes de Estado ou de governo, que já começaram a chegar à capital dinamarquesa para referendar um acordo climático. (Fonte: Folha Online)