China desmente ter desistido de acordo em Copenhague

O embaixador chinês para questões climáticas disse nesta quinta-feira (17) que não perdeu as esperanças de que a conferência da ONU em Copenhague resulte em um acordo sólido, e qualificou como “rumor” a ideia de que outros representantes chineses teriam desistido de uma solução.

Yu Qingtai afirmou que Pequim deseja um acordo que reflita todos os avanços ocorridos em dois anos de negociações, além de deixar espaço para avanços em questões pendentes no ano que vem.

A conferência de Copenhague, que começou no dia 7, termina na sexta-feira (18), e a chance de um acordo parece cada vez mais remota, devido a divergências entre países ricos e pobres sobre quem deverá pagar a conta pelo combate à mudança climática.

“Não sei de onde veio esse rumor, mas posso lhe assegurar que a delegação chinesa veio a Copenhague com esperança e não desistiu”, disse Yu, acrescentando que tal empenho inclui também o primeiro-ministro Wen Jiabao, que chegou a Copenhague na noite de quarta-feira. “(A conferência de) Copenhague é importante demais para fracassar.”

Esforço – Uma fonte oficial de um governo ocidental havia dito anteriormente que os participantes chineses manifestaram sua descrença na chance de um acordo, e que se contentariam com “uma curta declaração política de algum tipo”.

Yu disse que essa declaração é parte de um esforço para culpar a China por um eventual fracasso. “A China não está interessada em se tornar parte dos esforços de algumas pessoas que tentam culpar outros países por ‘um fracasso’ em Copenhague”, disse o diplomata chinês. “Acredito que o que eles estão tentando fazer é encontrar desculpas para o seu próprio papel obstrutivo e para sua atitude nada construtiva em todo o processo.”

Segundo Yu, a China espera que um acordo final, a ser definido por cerca de 120 chefes de Estado e governo na sexta-feira, mencione áreas em que houve avanços em Copenhague, embora ele não tenha entrado em detalhes sobre a forma exata disso.

No passado, a China já declarou que está mais preocupada com a substância do eventual acordo do que com seu nome oficial. “(O acordo deve representar) o terreno comum que temos e quaisquer progressos que tenhamos conseguido obter nos últimos dois anos, para que depois de Copenhague nós (…) possamos começar a fazer algo sobre a base que definimos,” disse Yu. (Fonte: G1)