Robô antropomimético terá esqueleto de plástico

Por mais que um robô possa se parecer com um ser humano, basta se aproximar dele para ouvir as diferenças: robôs são feitos com motores e engrenagens e, como toda máquina, fazem um bocado de barulho quando se movimentam.

Os engenheiros já estão trabalhando para fabricar robôs domésticos mais silenciosos, mas as alternativas tecnológicas ainda não estão prontamente disponíveis.

Prevendo a necessidade de uma interação mais amena entre androides e humanos no futuro, um grupo de roboticistas de vários países europeus se reuniu para encontrar uma solução definitiva para esse problema – eles querem substituir os motores, engrenagens, polias e cabos dos robôs atuais por algo mais parecido com um esqueleto humano.

Robô antropomimético – O objetivo do projeto Ecce Robot – nome inspirado na famosa obra Ecce Homo, do filósofo Nietzsche – é construir um robô antropomimético.

Em vez de apenas copiar a forma externa, os pesquisadores da Alemanha, Suíça, Sérvia e França querem copiar as estruturas internas de movimentação de um ser humano, incluindo ossos, juntas, músculos e tendões.

O fato de usarem mecanismos de movimentação tão diferentes dos humanos impõe aos atuais robôs humanoides muito mais limitações do que apenas a inconveniência do ruído do acionamento de seus motores e engrenagens.

As próprias características funcionais dos robôs refletem seus limites internos, que restringem não apenas sua capacidade de movimentação e suas interações sociais, como também o tipo de conhecimento que eles podem adquirir e seu “envolvimento cognitivo” com o ambiente – é muito difícil, por exemplo, que um robô possa aprender a andar como uma criança.

Ossos de plástico – O EcceRobô terá ossos de plástico com o mesmo formato dos ossos humanos. Fios sintéticos farão as vezes dos tendões, enquanto músculos artificiais e cordões elásticos farão as vezes dos músculos antagonistas.

Por mais óbvia que a solução possa parecer, construir robôs que imitem o movimento do ser humano é muito mais complicado do que construir androides com movimento no melhor estilo C3PO.

Mas os pesquisadores acreditam que o resultado final valerá a pena. Segundo eles, o próprio processo de solucionar os problemas encontrados durante o projeto ampliará enormemente os conhecimentos disponíveis para os roboticistas.

Simulador de robô humanoide – Para controlar o esqueleto robótico, o EcceRobô precisará muito mais do que um “cérebro artificial” do tipo tradicional, no qual cada movimento é armazenado na forma de uma instrução de computador.

O robô antropomimético terá três unidades de controle distintas, embora trabalhando de forma integrada: uma unidade de controle de movimento voluntário, uma unidade de controle de movimentos involuntários (responsável pelos reflexos) e um sistema comportamental.

Para minimizar os custos de desenvolvimento e permitir a construção de protótipos com maior nível de funcionalidade, os pesquisadores construíram um simulador do EcceRobô, no qual todas as possibilidades técnicas podem ser testadas antes de virarem peças reais. (Fonte: Site Inovação Tecnológica)