Troca de satélite pode prejudicar previsão do tempo no país

A previsão do tempo no Brasil pode ficar menos precisa. O país trocou o satélite que monitora o clima e agora divide o equipamento com os Estados Unidos.

Quem faz a previsão do tempo no país pode sentir falta do Goes10.

Acabou a vida útil do satélite americano que monitorava o clima somente na América do Sul. Ele produzia imagens de 15 em 15 minutos. Desde dezembro, o Brasil usa o Goes12 que faz imagens a cada 30 minutos, mas este satélite também monitora a América do Norte.

A grande preocupação é que apesar de produzir imagens de meia em meia hora, o Goes12 tem o compromisso de oferecer imagens para a América do Sul só de três em três horas, portanto, quando acontecer algum fenômeno meteorológico mais relevante nos Estados Unidos, a gente no Brasil corre o risco de ficar na mão.

“A temporada de furacões nos Estados Unidos começa já a partir de abril com ápice em setembro então certamente no momento em que tivermos grandes eventos na costa dos EUA no Golfo, nós certamente teremos imagens apenas de 3 em 3 horas”, diz o técnico em meteorologia do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), Adilson Nazário,.

Durante a madrugada de deslizamentos por causa da chuva em Angra dos Reis, no Rio, o Brasil ficou sem imagens do Goes12 entre 22h e 1h da manhã. Com intervalos maiores nas imagens de satélite fica difícil para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais fazer previsões mais imediatas do clima.

“O principal produto que o INPE produz que é a identificação e o rastreio de tempestades severas e a previsão de onde vai estar essa tempestade e qual a sua intensidade nas próximas duas ou três horas, esse produto não pode ser produzido”, afirma o chefe divisão de satélites do Inpe, Carlos Frederico de Angelis.

Ainda este ano, a América do Norte deve começar a ser monitorada por outro satélite, o Goes14, um alívio para a América do Sul que teria o Goes12 só para ela. (Fonte: G1)