O prêmio foi concedido a Yaguaraté Porá por “ter disfarçado a destruição sistemática de uma enorme área de mata indígena como se fosse um nobre gesto a favor da conservação”, explicou o diretor da ONG estabelecida em Londres, Stephen Corry, em comunicado.
Segundo a Survival, Yagareté Porá S.A. possui 78.549 hectares de uma área de mata que forma parte do território ancestral dos Ayoreo-Totobiegosode, uma tribo sem contato com o mundo exterior que vive na região ocidental paraguaia, na fronteira com o Brasil.
Dois dias depois, em 2 de dezembro, Yaguareté Porá anunciou o estabelecimento de uma área protegida para indígenas nessa região, 400 km ao norte da capital paraguaia.
Mas, segundo Survival, o plano apresentado por Yaguareté Porá ao Ministério do Meio Ambiente paraguaio revela que a quantidade de área contínua na reserva será de somente 16.784 hectares e que a empresa pretende converter dois terços de suas terras em pastos para a criação de gado.
“Isso é uma verdadeira “lavagem ecológica”: arrasar a floresta e logo preservar um pouco com fins de relações públicas”, denunciou Stephen Corry.
Alguns dos Totobiegosode que já foram contactados e que desde 1993 lutam pela titularidade legal de suas terras condenaram energicamente os planos para a reserva, alegando que viola o direito internacional, segundo a ONG.
“Yaguareté tem que deixar de brincar e sair do território dos Tobiegosode de uma vez por todas”, concluiu o diretor de Survival. (Fonte: G1)