As autoridades chilenas chegaram a emitir um alerta de tsunami, mas foi logo cancelado.
Concepción foi uma das cidades mais afetada pelo terremoto do último sábado no Chile, de 8,8 na escala Richter, e que deixou 802 mortos, de acordo com o último levantamento do governo.
Depois do terremoto do fim de semana, já foram registradas mais de 100 réplicas. O Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) registrou mais de 30 réplicas somente nesta quarta-feira. O novo tremor ocorreu hoje às 14h44 (horário local, o mesmo de Brasília) e foi registrado pelo USGS.
O epicentro desse sismo foi na costa noroeste de Concepción, a 40 quilômetros da cidade, a segunda maior do país. Apesar do pânico causado na população por conta desse tremor, segundo relato da imprensa local, o Escritório Nacional de Emergência (Onemi) assegurou que não há alerta de tsunami e pediu calma a população.
Bombeiros de Concepción alertaram a população sobre o perigo, embora as autoridades tenham descartado depois a possibilidade de uma onda gigante. “A magnitude não corresponde ao alerta de tsunami”, explicou um porta-voz do Escritório Nacional de Emergência (Onemi) em Santiago, segundo um relatório do Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha.
Várias pessoas, entre elas, membros das equipes de distribuição de ajuda e manutenção da ordem, fugiram apavoradas para os morros dos arredores de Concepción.
De acordo com o serviço geológico americano, houve um segundo terremoto poucos segundos depois do anterior, desta vez de 6 graus na escala Richter, com epicentro a 84 quilômetros de Talca, capital regional de Maule.
Polêmica sobre alerta de tsunami – O alerta de tsunami tem provocado polêmica entre as Forças Armadas chilenas. A Marinha do país reconheceu na quarta-feira (3) não ter emitido alerta de tsunami depois que um dos terremotos mais fortes da história atingiu o país. Segundo um documento obtido pelo jornal “El Mercurio”, a Marinha subestimou os riscos de ondas gigantes após identificar que foi em terra, e não no mar, o epicentro do tremor de magnitude 8,8 que castigou duramente a costa do centro e sul do Chile na madrugada de sábado.
Depois do sismo, ondas de até 15 metros arrasaram cidades costeiras, ilhas e portos. Em algumas zonas, a água avançou mais de 2 quilômetros terra adentro, causando a morte de centenas de pessoas.
Até o início da tarde desta quarta, as autoridades chilenas estimaram em ao menos 799 os mortos pelo terremoto e tsunami que sacudiram a área central e sul do Chile no sábado.
“A presidente ligou para ver se manteria ou não o alerta. Nós fomos pouco claros na informação que passamos”, admitiu o almirante-chefe da Marinha do Chile, Edmundo González.
Segundo documento da Marinha obtido pelo “El Mercurio”, os generais informaram à presidente chilena que “o epicentro do terremoto estava em terra, logo, não deveria haver um tsunami”. Esse foi o documento que serviu de base para Bachelet decidir sobre o alerta.
“Digo com toda a honestidade: lamentamos muito, mas a verdade é que a situação foi assim”, afirmou ao jornal o almirante González.
O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, criticou o atual governo. “Quando esse terremoto ocorre em um epicentro muito perto da borda do mar, podemos antecipar rapidamente algumas coisas. Primeiro, que havía grave perigo de tsunami (…) O que um governo deve fazer é se antecipar aos problemas.” (Fonte: UOL Notícias)