Esta é uma questão que os céticos do aquecimento global frequentemente fazem. Mas algumas vezes a resposta correta é a mais simples: acontece que os níveis de CO2 não eram assim tão altos, afinal de contas.
A era do gelo do período geológico Ordoviciano, da era Paleozoica (cerca de entre 488 a 443 milhões de anos atrás) aconteceu há 444 milhões de anos, e registros sugeriam que os níveis de CO2 eram relativamente altos nessa época.
Mas quando Seth Young, da Universidade de Indiana, em Bloomington, realizou uma detalhada análise dos níveis de carbono-13 nas pedras formadas naquele tempo, o quadro que apareceu ficou muito diferente.
O cientista descobriu que as concentrações de dióxido de carbono (CO2) eram na verdade relativamente baixas quando a era do gelo começou.
Lee Kump, da Universidade do Estado da Pensilvânia, em University Park, disse que estudos anteriores perderam a precisão porque calcularam níveis a intervalos de 10 em 10 milhões de anos, e a era do gelo durou apenas meio milhão de anos.
O pesquisador diz que uma forte atividade vulcânica depositou novas pedras de silicato na época, que tragaram CO2 do ar enquanto erodiam.
Conforme o gelo se espalhava, no entanto, o gelo gradualmente cobria as pedras, fazendo com que a erosão ficasse mais lenta e assim permitisse que o CO2 se recuperasse na atmosfera mais uma vez. Isto teria acabado por esquentar a atmosfera o suficiente para fazer terminar a era do gelo, diz Kump. (Fonte: Folha Online)