O ceticismo com relação à mudança climática ganhou terreno depois que o Painel Intergovernamental da ONU sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) admitiu em janeiro que seu último relatório, de 2007, exagerava nas previsões sobre a velocidade do derretimento das geleiras do Himalaia.
No mês passado, o IPCC reconheceu que havia exagerado também ao citar a propensão da Holanda ao alagamento.
Apesar disso, os ministros europeus consideraram a ciência feita pelo IPCC como “sólida e robusta” e disseram que seus relatórios são a avaliação mais autorizada que há a respeito da mudança climática.
Em suas conclusões, os ministros defenderam também uma rápida mobilização dos 10 bilhões de dólares anuais que os países ricos prometeram às nações pobres no período de 2010-12 para ajudá-las a combater a mudança climática e a ela se adaptar.
Essa verba foi um dos poucos elementos concretos definidos na cúpula climática da ONU em dezembro em Copenhague, na Dinamarca. Muitos países europeus já estão perdendo as esperanças de que a próxima conferência climática, em novembro, no México, resulte um novo tratado climático global com validade jurídica.
Participando como convidado do encontro da UE, o ministro mexicano de Meio Ambiente, Juan Rafael Elvira Quesada, disse a jornalistas que muitos avanços poderão ser obtidos na conferência de Cancún, inclusive sobre as verbas urgentes.
“Os fundos precisam estar operacionais. Não se trata só da quantia, mas também de mostrar ao mundo em desenvolvimento que é possível. Os países em desenvolvimento estão me dizendo que precisam de sinais claros para chegar a Cancún com algo nas mãos.”
Os ministros pediram à Comissão Europeia (Poder Executivo da UE) que lhes informe o que seria necessário para que os 27 países do bloco aumentem de 20 para 30 por cento a sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa ao longo da próxima década, em relação aos índices de 1990.
Um relatório da consultoria CE Delft para os Partidos Verdes europeus, divulgado nesta segunda-feira, mostrou que, por causa da desaceleração econômica e da possibilidade de aquisição de créditos de carbono, a atual meta levará, na verdade, a uma redução de apenas 4 por cento em relação ao nível normal das emissões.
“Não precisamos de mais pesquisas – há uma série de evidências salientando por que a UE precisa aumentar sua meta agora”, disse o eurodeputado holandês Bas Eickhout, do bloco Esquerda Verde. (Fonte: UOL Notícias)