Líderes de 170 países se encontram nesta sexta-feira (8) em Bonn, na Alemanha, para discutir o clima no mundo em uma reunião promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A reunião vai até domingo e tem a maior quantidade de autoridades após a Cúpula do Clima de Copenhague (COP15), que aconteceu em dezembro do ano passado na Dinamarca, sem um efetivo compromisso das nações para reduzir a emissão de gases responsáveis por afetar o clima.
O encontro em Bonn vai definir a agenda para outras reuniões e discutira o Acordo de Copenhague, que tem apoio de 110 países, entre eles Estados Unidos, China, Rússia e Índia, que estão na lista dos maiores emissores mundiais de CO2 (dióxido de carbono).
O acordo não tem caráter obrigatório, mas prevê diminuir a temperatura média no mundo em 2ºC.
Muitos países cobram medidas concretas já em 2010, como a liberação de financiamentos para ajuda climática aos países em desenvolvimento, prometida em Copenhague, em valores que chegam a US$ 10 bilhões (R$ 17,9 bilhões) por ano entre 2010 e 2012, podendo chegar a US$ 100 bilhões (R$ 179 bilhões) por ano a partir de 2020.
Autoridades disseram que talvez sejam necessárias duas sessões além da próxima reunião ministerial anual, que vai de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancún, no México. Isso significaria um ritmo menos frenético do que nas discussões pré-Copenhague.
O norueguês Harald Dovland, vice-presidente de negociações da ONU, disse que “tem havido uma atitude construtiva” nas discussões preparatórias informais realizadas em Tóquio e no México.
Mas não está claro o que acontecerá com o Acordo de Copenhague. Muitos países não querem que ele substitua a Convenção Climática de 1992, pois acreditam que cabe aos países ricos liderarem o processo de lidar com a mudança climática – o que era a base do sistema hoje em vigor, ancorado no Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Esse protocolo, criado em 1997 e que começou a vigorar em 2005, estabelecia que os países desenvolvidos 37 países industrializados e a União Europeia se comprometeram a reduzir em 5,2% as emissões de gases causadores do efeito estufa, considerados os responsáveis pelo aquecimento global, tomando por base o que foi emitido em 1990.
Kyoto é importante por ser o primeiro passo para um compromisso global de corte de emissões. O acordo previa metas para reduzir as emissões de países desenvolvidos, mas poupava os em desenvolvimento, como o Brasil, o que reduziu muito os seus efeitos. Além disso, os Estados Unidos não assinaram o protocolo, tornando-o um tanto ineficaz. (Fonte: Portal R7)