O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) anunciou na manhã desta quarta feira (12) o fim das operações do satélite CBERS-2B, o principal fornecedor de imagens do território brasileiro.
Construído no Brasil, lançado por chineses, e operado em parceria entre os dois países, o satélite vinha apresentando problemas desde 11 de março. Em 16 de abril, técnicos perderam contato com o satélite e não conseguiram mais restabelecê-lo.
Como o Inpe já tinha um plano de contingência para essa situação, porém, a perda do CBERS-2B não deve afetar o Prodes, programa de monitoramento do desmate na Amazônia que era o principal usuário de imagens.
O satélite perdido agora era o terceiro do programa CBERS, que deverá ficar com uma lacuna na produção de imagens até o segundo semestre do ano que vem, quando deverá ser lançado o CBERS-3.
Segundo Ricardo Cartaxo, diretor do programa, pode-se considerar que o CBERS-2B tenha sido um sucesso, pois foi projetado para ter vida útil de dois anos. “No final do ano passado, a gente já estava feliz por ele estar cumprindo a missão”, disse à Folha. “Mas a gente esperava que ele durasse um pouco mais, a exemplo do que tinha ocorrido com o CBERS-1 e o CBERS-2”.
A menor robustez do CBERS-2B, segundo o Cartaxo, se deve ao fato de ele não ter sido um projeto novo. Ele foi feito em grande parte com equipamentos que haviam sobrado dos projetos dos outros dois predecessores.
Dalton Valeriano, diretor do Prodes, diz que a falta do CBERS-2B será compensada com imagens do satélite indiano Resourcesat e do americano Landsat-7, que também estão no fim da vida útil. Desde 2005, o país também vem comprando imagens do consórcio DMC (Disaster Monitoring Constellation), para cobrir eventuais lacunas. (Fonte: Rafael Garcia/ Folha Online)