Japão adia lançamento de iate espacial

Em função do mau tempo, o Japão adiou, no final da tarde de segunda-feira (17), o lançamento de um foguete carregando uma sonda experimental em forma de pipa. Ela é movida por radiação solar, tecnologia que permite viajar sem combustível.

Até o fechamento desta edição, o foguete permanecia parado no Centro Espacial de Tanegashima, ilha no sul do país.

O objetivo é que ele, após partir, chegue a Vênus em seis meses. Depois, vai seguir para regiões próximas ao Sol, até perder contato com a base de controle na Terra.

O desenvolvimento de Ikaros (sigla em inglês para “veículo em forma de pipa interplanetário acelerado por radiação do Sol”) custou US$ 16 milhões (quase R$ 30 milhões).

Ícaro, na mitologia grega, tentou voar até o sol com asas de cera, mas elas derreteram, ele caiu no mar e morreu -algo que a Agência de Exploração Espacial Japonesa (Jaxa) espera que não aconteça.

Antes do lançamento de ontem, ele foi testado várias vezes na órbita da Terra pela Jaxa. A sua membrana, repleta de células fotovoltaicas, que geram eletricidade, mostrou-se eficiente. Ela tem a textura mais fina que um fio de cabelo.

Tecnologia – Os cientistas conseguem controlar a direção de Ikaros mudando o ângulo com que as partículas de luz solar batem nos milhares de pequenos espelhos sobre as suas velas.

Essas velas têm 14 metros nas extremidades. Elas só se abrirão quando Ikaros já estiver há algumas semanas viajando pelo espaço, em direção a Vênus.

Se ficar provado que longas viagens sem combustível são possíveis, essa tecnologia pode ser utilizada um dia para permitir a realização de grandes viagens tripuladas para lugares distantes, pelo Sistema Solar. A nave produziria energia de maneira autossuficiente.

Junto com Ikaros, será lançada a sonda Akatsuki (“aurora”, em japonês), que pousará em Vênus -ela, porém, não é movida a radiação solar.

Lá, vai se juntar à missão Venus Express, da Agência Espacial Europeia, que chegou ao planeta em abril de 2006.

Planeta-irmão
– Vênus desperta o interesse dos pesquisadores porque acredita-se que tenha nascido de maneira parecida com a Terra, além de ser um planeta com tamanho e massa similares.

Ikaros e Akatsuki podem ajudar a entender como, apesar disso, Vênus se tornou um planeta com uma atmosfera muito densa, com nuvens de ácido sulfúrico e grandes quantidades de gás carbônico. (Fonte: Folha Online)