Nova proposta climática é criticada por países pobres

Nações em desenvolvimento criticaram nesta sexta-feira (11) o relatório final da conferência da ONU sobre o clima que vem sendo realizada em Bonn (Alemanha) nas últimas duas semanas. Segundo esse países e grupos ambientalistas, a proposta não representa avanços significativos nos esforços para combater o aquecimento global.

O relatório menciona todas as questões relevantes para evitar o superaquecimento do globo -do corte na emissão de gases-estufa ao financiamento de tecnologias limpas de países ricos para países pobres. Mas o relatório também deixa muitos pontos espinhosos sem respostas.

O embaixador boliviano Pablo Solon disse que o novo texto favorece países ricos ao incorporar muito do Acordo de Copenhague, uma declaração política emitida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, na conferência da ONU na capital dinamarquesa, em dezembro.

Também não ficou claro se o documento seria aceito como um texto oficial para discussões futuras antes da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, em Cancun, México, no fim do ano.

Pontos de discórdia
– O relatório diz, por exemplo, que países industrializados deveriam cortar suas emissões de gases-estufa de 25% a 40% até 2020, medida necessária para frear o aquecimento global. Mas o documento não define a qual ano-base a queda nas emissões deveria se referir.

Cientistas afirmam que o ano-base deveria ser 1990, mas os EUA preferem 2005.

Solon disse que nações pobres também estão preocupadas porque foram eliminadas referências ao Protocolo de Quioto de 1997, o acordo internacional que estabeleceu metas para países cortarem suas emissões de gases-estufa.

Intensas negociações sobre um novo tratado climático tem ocorrido nos últimos três anos. Em 2007, a conferência da ONU em Bali adiou uma decisão final para 2009. Mas o esforço fracassou em Copenhague.

Cientistas afirmam que o mundo precisa cortar o crescimento nas emissões de gases rapidamente para restringir o aquecimento global a 2 ºC ou menos em comparação ao período pré-industrial. Se isso não for feito, dizem, o mundo poderá sofrer aumento nos níveis do mar, secas prolongadas, enchentes e tempestades. (Fonte: Folha.com)