Uma onda de calor sem precedentes na Rússia e a fumaça provocada por incêndios em turfeiras estão na origem da poluição atmosférica em Moscou que superou, nesta quarta-feira (28), em dez vezes o índice normal, anunciou o Observatório da Qualidade do Ar da capital russa.
A concentração de óxido de carbono e de partículas em suspensão no ar estava, na manhã desta quarta-feira, três vezes superior ao normal e em certos locais da cidade dez vezes, precisou o funcionário do observatório, Alexei Popikov, citado pela agência Interfax.
Além disso, um recorde histórico de temperatura foi batido nesta quarta-feira em São Petersburgo com 34,8 graus Celsius registrados às 17h locais, informou o serviço de meteorologia da antiga capital imperial, situada no noroeste do país, próxima ao Mar Báltico.
Trata-se de um recorde absoluto desde o início do aumento das temperaturas há um século, segundo a mesma fonte.
Em Moscou, com temperaturas diurnas superiores aos 30°C desde o início do mês e um recorde absoluto de 37,2°C na segunda-feira, é difícil respirar o ar desta megalópole de tráfego intenso.
Esse fenômeno foi acentuado pelos incêndios de turfeiras na região, onde a fumaça ocre invadiu a cidade desde o início da semana, causando indisposições respiratórios nas pessoas mais frágeis.
“Inalar a fumaça por três a quatro horas é equivalente a fumar um pacote e meio ou dois de cigarros”, declarou Alexandre Tchetchaline, dirigente do Ministério da Saúde, ao canal de televisão NTV.
“É uma forte concentração, podendo provocar o desenvolvimento de doenças crônicas”, acrescentou, aconselhando os moscovitas a trocar de roupas regularmente e a usar máscaras antipoluição quando saírem às ruas.
Os serviços sanitários recomendam as pessoas idosas à não saírem de suas casas, além de aplicar nas vias respiratórias tecidos umedecidos.
Os bombeiros esperam apagar 43 incêndios que começaram nas proximidades da capital russa.
“Mas, nessas condições extremas, os incêndios reaparecem”, informou um porta-voz do Ministério das Situações de Emergências, Irina Andrianova.
Esses incêndios, onde a turfa naturalmente presente no solo queima a metros de profundidade, são muito difíceis de apagar.
Além disso, os serviços de meteorologia previram que as temperaturas, perto dos 35°C na tarde desta quarta-feira, podem atingir os 40 graus na quinta-feira, voltando a cair progressivamente no fim de semana.
A onda de calor ocorre junto de um aumento nos casos de afogamentos, crescendo a cada ano na Rússia em razão, particularmente, do alto consumo de álcool. Desde 1º de junho, 170 pessoas se afogaram em Moscou, segundo fontes médicas citadas pela Interfax.
Segundo o canal de televisão Pervyi Kanal, em certas regiões da Rússia, os ursos começam a sair das florestas, onde não encontram mais alimentos por causa da seca, e se aproximam das residências. (Fonte: G1)