Floresta tropical aguentou pico de temperatura há 60 milhões de anos

Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tropicais Smithsonian, no Panamá, afirmam que florestas tropicais prosperaram há 60 milhões de anos, mesmo com uma temperatura de 3ºC a 5ºC acima da média atual, com níveis de dióxido de carbono 2,5 vezes maiores. O estudo foi publicado na revista “Science” nesta quinta-feira (11).

Coordenados pelo professor colombiano Carlos Jaramillo, os cientistas analisaram amostras de pólen contidas em formações rochosas na Colômbia e na Venezuela, formadas antes e depois de um período conhecido como Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno.

É uma faixa de tempo localizada há 56,3 milhões de anos, na qual os níveis de dióxido de carbono dobraram em apenas 10 mil anos e a temperatura aumentou de 3ºC a 5ºC. Essas condições se mantiveram por 200 mil anos.

Contrariando a hipótese de que florestas tropicais seriam devastadas por condições climáticas tão severas, a diversidade biológica aumentou na região durante o período de aquecimento que Jaramillo e colegas estudaram.

Novas plantas evoluíram, com maior rapidez em relação à extinção de outras espécies. Pólen de exemplares da família do maracujá e do cacau foram encontrados pela primeira vez.

Os níveis de umidade não caíram de forma significativa durante o Máximo Térmico, com bom desempenho das florestas à época.

“É importante que o efeito dos gases estufa preocupem tanto as pessoas no que diz respeito às florestas tropicais”, afirma Klaus Winter, cientista do instituto, ligado ao Smithsonian Institute norte-americano.

“Mas esses cenários horríveis provavelmente só possuem validade se o aumento da temperatura causar secas mais severas, assim como alguns dos modelos atuais preveem para os próximos anos.” (Fonte: G1)