Alguns mamíferos têm um período de gestação mais longo que outros, em parte por causa da estrutura da placenta da mãe, de acordo com uma nova pesquisa publicada na “The American Naturalist”.
A placenta é o órgão através do qual a mãe passa nutrientes para o feto e o feto envia dejetos.
Pesquisadores da Universidade de Durham e da University of Reading, na Inglaterra, descobriram que, quando os tecidos da mãe e do feto estão altamente interligados na placenta, os nutrientes podem passar entre os dois de forma mais eficiente, e o feto pode se desenvolver mais rapidamente.
Após estudar as placentas de 109 mamíferos, os pesquisadores descobriram que os tecidos em algumas delas pareciam dedos entrelaçados; em outros casos, pareciam uma rede complexa.
“Descobrimos que, quando temos uma estrutura parecida com uma rede, o ritmo de crescimento do bebê no útero é duas vezes mais rápido do que quando temos uma estrutura semelhante a dedos entrelaçados”, diz Isabella Capellini, antropóloga da Durham e principal autora do estudo.
Humanos, babuínos, macacos do gênero Macaca e outros primatas antropoides têm interconexão do tipo “dedos entrelaçados” na placenta. Portanto, na comparação com outros mamíferos do mesmo tamanho, seu tempo de gestação é maior.
Macacas do tipo babuíno, por exemplo, possuem um tempo de gestação de cerca de seis meses.
O porco-espinho europeu tem um tamanho similar, mas uma placenta em formato de rede e um período de gestação de dois meses.
Os pesquisadores não sabem por que as estruturas de placenta variam, mas pode ser um “conflito maternal”, afirma Capellini.
“Generalizando, há um acordo entre a mãe e a cria para compartilhar nutrientes”, ela diz. “Mas há um leve desacordo em relação à quantidade de nutrientes que a mãe deve oferecer de uma vez.” (Fonte: G1)