A conferência da ONU sobre o clima de Cancún poderá resultar em acordos sobre um fundo de financiamento e preservação de bosques e selvas, disse esta quinta-feira (2) o ministro mexicano de Meio Ambiente, Rafael Elvira, após as críticas do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
“A conferência foi projetada para ministros do Meio Ambiente. No ano passado (na conferência de Copenhague) foi positivo ter havido uma centena de chefes de Estado, mas isto não muda o estado das coisas”, disse Elvira em declarações ao canal Televisa.
Na véspera, o presidente brasileiro disse que a conferência, celebrada no balneário de Cancún (leste do México) “não dará em nada” devido à ausência de grandes líderes.
Lula ainda tachou de “nebulosos” os planos que estão sendo negociados para financiar a luta contra o desmatando nas grandes selvas de América Latina, Ásia e África.
“Apresentam a ideia de um financiamento muito nebuloso”, disse.
“Este é um ponto de vista que ele (Lula) tem, só que nós levamos muito cuidadosamente o processo de negociação e acreditamos que perante os desastres naturais é urgente chegar a acordos”, acrescentou o ministro mexicano, ao ser interrogado sobre as declarações do presidente brasileiro.
Elvira disse que “o que já ratificaram em Copenhague podem definir no papel novamente”, e confiou em que se alcancem pelo menos dois acordos relativos à criação de um fundo de financiamento para atender a emergências relativas às mudanças climáticas e à conservação de bosques e selvas.
“Buscamos uma instituição financeira que aglutine fundos dispersos em uma única instituição mundial (…) e assim apoiar mecanismos para contaminar menos e economias devastadas por fenômenos naturais”, explicou Elvira.
Representantes de 194 países tentam alcançar um acordo para combater as mudanças climáticas na conferência das Nações Unidas que se celebra em Cancún de 29 de novembro a 10 de dezembro. (Fonte: Portal Terra)