O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc está em Cancún, no México, acompanhando as negociações da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 16), e comentou a missão entregue aos brasileiros de tentar, junto com o Reino Unido, achar uma saída para a renovação do Protocolo de Kyoto.
Para o ex-ministro, o país está com “o maior pepino” para resolver, mas pode sair vitorioso politicamente, como aconteceu na Conferência sobre Biodiversidade em Nagoya, no Japão, onde foi surpreendentemente aprovado um pacote de medidas para frear a destruição da variedade de espécies, incluindo um protocolo internacional de regras sobre o uso de recursos genéticos.
A chanceler mexicana Patricia Espinosa, que preside a COP 16, pediu que Brasil e Reino Unido discutissem com os outros países envolvidos formas de superar o impasse em relação a um prolongamento do Protocolo de Kyoto. Ela pediu a outros pares de nações desenvolvidas e em desenvolvimento – como Suécia e Granada, ou Espanha e Argélia – que busquem soluções para outros gargalos da conferência.
A disputa sobre o Protocolo de Kyoto é uma das principais da reunião. O Japão assumiu abertamente que é contra sua continuidade. Especula-se que Rússia, Austrália e Canadá sejam os outros opositores de um segundo compromisso no âmbito deste acordo. Aprovado em 1997, o Protocolo é o único instrumento legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório), em que países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa. Como ele expira em 2012 e não há um acordo para substituí-lo, discute-se que seja prorrogado, para que não haja um período sem acordo algum.
A renovação de Kyoto é um dos dois “trilhos” da COP 16. O outro discute a formulação de um tratado amplo que inclua também os EUA, e compromissos de países em desenvolvimento. Este segundo trilho é conhecido pela sigla LCA. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)