As geleiras da Patagônia, na Argentina e em parte do Chile, estão derretendo mais rapidamente do que qualquer outro glaciar no planeta, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira (7) em Cancún, durante a reunião das Nações Unidas sobre mudança climática.
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que as geleiras sul-americanas estão perdendo ainda mais massa que as do Alasca e as localizadas no nordeste dos Estados Unidos e sudeste do Canadá.
As geleiras dos Andes, bem como as do Himalaia e do Ártico, também vêm perdendo massa, porém em menor escala. Também na Europa, desde 2000, os glaciares vêm diminuindo, embora antes disso a tendência fosse inversa.
Efeito inverso – Por outro lado, em algumas partes das geleiras na Terra do Fogo, no sul da América do Sul, foi registrado aumento da massa de gelo. O mesmo se viu no oeste da Noruega e na ilha sul da Nova Zelândia.
‘Esse relatório destaca uma tendência global, observada durante décadas em algumas regiões do planeta, que tem implicações de curto e longo prazo para números consideráveis de pessoas em termos de acesso a água e vulnerabilidade’, afirmou o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.
No entanto, a ciência também encontrou situações mais complexas.
Em algumas montanhas, os efeitos parecem ser contraditórios. Em pequenas porções do maciço de Karakoram, na Ásia, por exemplo, o avanço de glaciares chegou a invadir áreas que há 50 anos não tinham gelo.
Consequências – As consequências da diminuição das geleiras nas secas regiões da Argentina, do Chile, do Peru e da Ásia Central devem ter um impacto profundo sobre a escassez de água, segundo o estudo.
Nessas regiões, as geleiras costumam ser fontes fundamentais de água.
No Himalaia, o degelo ameaça o sustento de milhares de pequenos produtores rurais, além de provocar enchentes catastróficas.
Por isso, o governo da Noruega anunciou nesta terça-feira que vai financiar ações para promover adaptação às mudanças causadas pelo desaparecimento das geleiras nos Himalaias.
O país vai investir US$ 12 milhões ao longo de cinco anos.
‘Estas descobertas alarmantes ressaltam a importância de combater as mudanças climáticas globalmente. Elas enviam uma mensagem contundente a nós, políticos, e aos negociadores em Cancún’, disse o ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Internacional norueguês, Erik Solheim. (Fonte: G1)