Seca, enchentes e neve atingem commodities no mundo

A seca e as inundações na Austrália, a neve na Europa e o frio nos Estados Unidos têm elevado os preços de uma série de commodities, desde o açúcar até o óleo para aquecimento e a soja.

A Austrália ocupa algumas vezes o segundo lugar no ranking dos exportadores globais de açúcar, atrás apenas do Brasil, mas as chuvas levaram a importante exportadora australiana Queensland Sugar Ltd (QSL) a considerar comprar açúcar bruto brasileiro e de origem tailandesa para honrar seus compromissos com outros compradores.

O Brasil também sentiu o impacto das condições climáticas adversas em suas operações de açúcar. O tempo seco afetou a produtividade e reduziu o volume esperado da moagem de cana.

Os futuros do açúcar negociados no mercado de Nova York (ICE) chegaram ao pico de 5 semanas na terça-feira com o impacto do clima sobre os principais fornecedores aliado a preocupações com a produção da Índia.

Enquanto o leste australiano enfrenta inundações, na região oeste a seca reduziu a produtividade anual do trigo em dois terços para seca de 3 milhões de toneladas.

‘Alguns vendedores acreditam que o cenário da oferta global continuará apertado em um futuro próximo e esse impacto dos clima na safra australiana será novamente uma questão central em breve’, disse um trader de grãos da Alemanha.

Na China, a seca tardia pode ter impactado o desenvolvimento pré-inverno do trigo em algumas áreas do norte, embora a umidade do solo ainda possa estar em boas condições.

‘Esta safra vai depender se as chuvas iniciais da primavera vão corresponder às expectativas de produtividade’, disse a agência de meteorologia Meteorlogix.

A nevada na Europa ajudou as plantações mais jovens de trigo a resistirem à temperaturas congelantes em principais produtores da União Europeia como a França e Alemanha, mas está contribuindo para atrasos do plantio que ameaçam a próxima safra da Itália.

La Niña – O fenômeno climático La Niña, o qual tem levantando preocupações com as safras de milho e soja da Argentina, pode atingir o país sul-americano novamente na temporada e provocar danos ainda piores a produtividade, disse um especialista em meteorologia.

Eduardo Sierra, um conselheiro de clima da Bolsa de Grãos de Buenos Aires, disse que o La Niña pode reduzir a produtividade da soja em pelo menos 15 por cento. O La Niña provocou acentuadas perdas de safra na Argentina na colheita 2008/09.

Energia – A demanda por energia cresce durante o inverno no hemisfério norte. Em algumas partes da China, o carvão, petróleo e gás podem ficar escassos durante os próximos meses de inverno, disse um importante órgão de planejamento econômico do país em comunicado.

Nos Estados Unidos, o tempo frio deve estimular uma queda dos estoques de derivados de petróleo de 500 mil barris. Os dados sobre as reservas norte-americanas de petróleo serão divulgados nesta quarta-feira.

As frentes frias nos EUA e na Europa ajudaram a elevar os futuros do petróleo negociados no mercado norte-americano para a máxima de 26 meses no início deste mês. (Fonte: G1)