Conforme a expectativa do governo, foi assinado na quarta-feira (29), no Ministério da Ciência e Tecnologia, o documento que formaliza o acordo para a entrada do Brasil no ESO (Observatório Europeu do Sul). A informação havia sido antecipada na última sexta-feira pela Folha.
É a última iniciativa de vulto promovida por Sergio Rezende no comando do ministério. Agora, o acerto será enviado ao Congresso para que possa entrar em vigor. Estima-se que o Brasil gastará cerca de R$ 555 milhões nos próximos 11 anos para se tornar membro do consórcio europeu.
Trata-se de um investimento sem paralelo na história da astronomia brasileira, mas há um risco envolvido. No ESO, todos os projetos de pesquisa são aprovados com base no mérito, e não há tempo de observação garantido para os países-membros.
Vale a pena? – Há quem acredite que o Brasil meramente bancará estudos estrangeiros, embora a maioria da comunidade astronômica nacional aposte na competitividade de seus trabalhos como trunfo para fazer uso das instalações.
O custo do acordo cresce com o tempo, até atingir o mesmo nível de investimento dos europeus, em 2021.
“A gente, quando entra em algo de risco, tem de entrar confiante de que as coisas vão continuar melhorando”, disse à Folha Rezende, que aposta que não devem faltar recursos para que o país honre o compromisso. “Estamos falando de dez anos. Nos últimos dez anos, o orçamento da ciência brasileira se multiplicou por quase oito.”
A entrada do Brasil no ESO também é comemorada pelos astrônomos como um elo com os poderosos telescópios gigantes da próxima geração, que estão agora em fase de planejamento.
Dos três principais projetos internacionais, o GMT (Telescópio Gigante Magalhães), o TMT (Telescópio de Trinta Metros) e o E-ELT (Telescópio Extremamente Grande Europeu), o ESO tem mais vínculos com esse último, que terá um espelho de 42 metros e deve ser inaugurado em uma década. (Fonte: Folha.com)