Dominados pelo terremoto no Haiti, os desastres naturais foram particularmente devastadores em 2010, com 295.000 mortos e 130 bilhões de dólares em prejuízos, informa o relatório da seguradora alemã Munich Re divulgado nesta segunda-feira (3).
O ano que passou foi o mais mortífero desde 1983, quando a seca na Etiópia deixou 300.000 mortos, segundo o estudo.
No total, a Munich Re contabilizou 950 desastres naturais em 2010, uma cifra muito superior à média dos últimos trinta anos (615 catástrofes anuais, 66.000 mortes por ano).
“O ano foi marcado por um raro acúmulo de terremotos importantes e um número elevado de catástrofes vinculadas com o clima, que parece indicar uma continuação do aquecimento global”, assinala o informe.
As catástrofes mais mortíferas foram o tremor de terra de janeiro passado no Haiti (222.570 mortos), a onda de calor e incêndios florestais no verão na Rússia (56.000 mortos) e o terremoto de abril na China (2.700 mortos).
Os desastres mais onerosos foram o terremoto de fevereiro no Chile (30 bilhões de dólares e 520 mortos) e as inundações de julho em setembro no Paquistão (9,5 bilhões de dólares e 1.760 mortos).
Estes desastres deixaram quatro vezes mais vítimas que a média desde 1980 (295.000 mortos contra 66.000) e causaram mais prejuízos (130 bilhões de dólares contra média de 95 bilhões de dólares)
Nos países mais desenvolvidos, as catástrofes foram pouco mortíferas, mas muito onerosas e com graves consequências para as seguradoras.
A Europa Ocidental foi sacudida pela tempestade Xynthia em fevereiro (65 mortos; 6,1 bilhões de dólares em gastos, um total assegurado em 50%), e os Estados Unidos, por tornados, que provocaram danos de 4,7 bilhões de dólares (75% assegurados).
Se os furacões foram relativamente devastadores, o aquecimento dos oceanos, que já não pode ser explicado pelas oscilações naturais e sim pelo aquecimento climático, promete mais temporadas difíceis nos próximos anos.
Um dos acontecimentos que mais chamou a atenção da imprensa, a erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull em abril, paralisou o tráfego aéreo europeu durante semanas e acabou custando milhares de milhões de companhias aéreas.
Por outra parte, a Munich Re não pôde calcular ainda o custo das inundações recentes na Austrália.
A grande concorrente da Munich Re, a suíça Swiss Re, indicou em novembro que para 2010 esperava 222 bilhões de dólares em danos e 260.000 mortes. (Fonte: G1)