Rio Brisbane chega a ponto máximo de cheia na Austrália, diz polícia

O nível de cheia do Rio Brisbane, em Brisbane, terceira maior cidade da Austrália, chegou ao máximo nesta quinta-feira (horário local), segundo a polícia.

O pior cenário não se concretizou, mas, mesmo assim, espera-se que tenha havido “grande destruição” na cidade.

As chuvas já causaram pelo menos 12 mortes no estado de Queensland, do qual Brisbane é capital.

Ruas inteiras com centenas de casas e lojas ficaram inundadas. A água arrancou navios dos locais onde estavam ancorados e os deixou à deriva na piscina gigante em que se transformou o centro de Brisbane.

“Estou horrorizado com o poder que este rio tem e não paro de pensar nas pessoas cujos meios de vida escaparam diante de nossos olhos”, declarou o prefeito, Campbell Newman.

Newman ainda acrescentou: “Agora vemos partes de passarelas e navios, mas tristemente nas próximas horas veremos pedaços das casas, e isso me corta o coração”.

As enchentes interromperam vias, inutilizaram parte dos sistemas de esgoto e água potável, inundaram parques e estádios esportivos, e deixaram sem eletricidade milhares dos dois milhões de habitantes da cidade.

No entanto, o desastre teria sido pior se os cidadãos não tivessem cercado suas casas com sacos de areia e estocado mantimentos.

Dos milhares de desabrigados, a maioria ficou em casas de amigos e parentes e só parte se dirigiu aos centros de refugiados.

A polícia fechou o acesso a áreas da região metropolitana para evitar a entrada de curiosos e o retorno de algum morador desavisado.

A inundação deve afetar 20 mil casas e 3.500 lojas e empresas, segundo um modelo gerado por computador.

As mesmas cenas de caos foram registradas em Ipswich, a oeste de Brisbane, onde várias casas ficaram cobertas pela cheia do rio Bremer, cuja corrente se aproximou dos 22 metros de altura.

Na região do vale do rio Lockyer, as equipes de resgate encontraram mais corpos, o que elevou a 12 o número de mortos entre a segunda-feira e 23 desde novembro, e continuam as buscas por 67 desaparecidos.

A chefe do Governo de Queensland, Anna Bligh, disse que as inundações são “o pior desastre natural da história da Austrália” e advertiu que o mais provável é que nas próximas horas se encontre mais mortos.

A corrente de água chegou nesta terça-feira a Brisbane procedente do oeste do Estado, que na segunda-feira viu como um “tsunami interior”, uma parede de água de oito metros de altura, arrasou o centro da cidade de Toowoomba e outras comunidades menores.

Além disso, as enchentes se estenderam nesta terça-feira à noite ao norte do estado de Nova Gales do Sul e neste momento todos os estados estão sob alerta, exceto o território da capital federal, Canberra.

O total de desabrigados já supera as 200 mil pessoas na parte oriental do país.

Com relação ao balanço dos danos em uma área do tamanho da Alemanha e França juntas, vários analistas assinalaram que o custo das inundações para o país será maior do que o gerado pelo furacão Katrina nos Estados Unidos em 2005.

Segundo o banco ANZ, a economia australiana entrará em recessão no primeiro trimestre de 2011 devido aos danos causados no setor agrícola, minerador e turístico, visto que esta é época de férias de verão. (Fonte: G1)