Pesquisadores da Europa e dos Estados Unidos sequenciaram o genoma completo de um orangotango, que vive em cativeiro, e analisaram outros dez indivíduos selvagens, finalizando pela primeira vez um estudo do tipo. A pesquisa, cujas informações poderão ajudar cientistas na proteção do animal, foi noticiada nesta quinta-feira (27) pela publicação científica Nature.
A pesquisa também identificou variações genéticas consideráveis entre espécies e, embora os cientistas acreditem que as novas informações aumentem a eficiência da conservação de orangotangos, eles não sabem dizer ao certo em que situações se encontram as populações do animal no mundo.
Nativos das ilhas de Sumatra e Bornéu, os orangotangos estão sob intensa pressão em seus habitats naturais, segundo a pesquisa. A principal ameaça é a extração de vegetação nativa para exploração madeireira, plantações ou mineração.
“Salvar orangotangos tem mais a ver com comércio e política do que com genética”, disse à Nature o cientista Andrew Balmford, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que participou do estudo conduzido pela Universidade de Washington em St. Lous, no Missouri, EUA. “A taxa de declínio é tão grave que só temos mais 20 ou 30 anos antes de o jogo acabar”.
Os pesquisadores analisaram o DNA de cinco orangotangos de uma espécie de Bornéu e cinco de Sumatra. Identificaram, por exemplo, que as espécies se distanciam em cerca de 400 mil anos. Também compararam os dados com genes humanos e constaram que o genoma do orangotango evoluiu mais lentamente do que o de outras espécies.
A comparação do DNA dos macacos com genes humanos, segundo os pesquisadores, também serve para tentar gerar um sistema de como processar as informações levantadas em benefício da espécie. Alguns dos genes de orangotangos ainda puderam ser associados a dados que indicam doenças neurodegenerativas em humanos. (Fonte: Globo Natureza)