A chuva que caiu nesta quinta-feira (27) em parte dos município atingidos pela seca no Rio Grande do Sul não foi suficiente para aliviar a forte estiagem que afeta o sul do estado, onde 15 municípios já decretaram situação de emergência. As perdas da produção agropecuária podem ultrapassar R$ 150 milhões.
Em Bagé, a 400 quilômetros de Porto Alegre, o temporal desta quinta-feira alcançou apenas 12 milímetros. Em Candiota, a 60 quilômetros de distância, choveu 35 milímetros, muito pouco para quem sofre com os efeitos da seca. Na propriedade de Adalberto Leite Pereira, 14 bois morreram no pasto rasteiro. Os açudes estão secos e sol forte abriu fendas no solo. Plantações inteiras de milho e arroz não vingaram. Alguns produtores nem plantaram a safra, porque a chuva esperada não veio na época certa.
Candiota foi o primeiro município a decretar situação de emergência no Rio Grande do Sul, em dezembro do ano passado. A estimativa é que o prejuízo chegue a 10 milhões de reais com a perda da produção de grãos e de peso do gado, que vale menos e dá pouco leite.
Em Lavras do Sul, a 320 quilômetros de Porto Alegre, o futuro do rebanho está ameaçado. As vacas magras nem entraram no cio. Alguns produtores levam o gado para comer a grama que resiste na beira das estradas que dão acesso às propriedades.
A seca que castiga o pampa gaúcho é causada pelo fenômeno La Niña, o esfriamento do Oceano Pacífico, que altera os ventos no Continente Sul-americano e concentra a umidade em algumas regiões. O norte do Rio Grande do Sul tem muita chuva, enquanto a parte sul, próxima das fronteiras com o Uruguai e a Argentina, sofre com a estiagem. O abastecimento de água nas áreas urbanas ainda não foi afetado, mas nas zonas rurais a água só chega de caminhão-pipa. (Fonte: Radiobrás)