O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, voltou a defender nesta sexta-feira (28) a transformação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em instituição financeira reconhecida pelo Banco Central, com o objetivo de aumentar a capacidade de investimentos em projetos reembolsáveis e não reembolsáveis.
Como instituição financeira, explicou Mercadante, a Finep não ficará mais “prisioneira” do orçamento e do superávit primário (economia que o governo faz para pagar juros da dívida pública) e poderá investir mais. “Por que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] tem a liberdade de alavancar recursos para a inovação e nós não temos a mesma agilidade?”, indagou.
A consolidação da Finep como instituição financeira será tarefa do novo presidente, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Glauco Arbix, que tomou posse hoje, no Rio. Em seu discurso, Arbix disse que a expansão da atuação da Finep dependerá dessa mudança. Assim como da capitalização, porque com as reservas atuais, segundo ele, não é possível atender a demanda de 2011.
“A Finep precisa ganhar pleno estatuto de instituição financeira com características de um banco de inovação, um banco de fomento, que funcionará como uma instituição financeira de tipo especial, que incorpore padrões distintos de análise de risco”, afirmou Glauco Arbix.
O professor também defendeu a duplicação do crédito para R$ 4 bilhões em quatro anos com o objetivo de triplicar o número de empresas atendidas pela Finep, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Outras modalidades de obtenção de receitas também são estudadas, inclusive com apoio do BNDES.
“Precisamos de incremento. Isso pode ser feito via Tesouro. Se nos transformarmos em uma instituição financeira, isso pode ser feito via mercado, porque podemos captar, o que dependerá do tipo de instituição que conseguiremos estruturar”, disse Arbix.
Ao discursar na posse do novo presidente da Finep, Mercadante ressaltou que é preciso apoiar as companhias para que apresentem suas demandas e invistam mais em inovação. “As empresas vêm de um ambiente [econômico], em que a inovação é risco. Acabou esse tempo. Podemos ter pequenas oscilações, mas o Brasil está crescendo e as empresas precisam se mover”.
A Finep é responsável por incentivar o desenvolvimento da ciência, financiando pesquisas de empresas, universidades e institutos tecnológicos, entre outros. (Fonte: Isabela Vieira/ Agência Brasil)