A dengue, apontada como a doença viral transmitida por mosquitos de maior incidência no mundo, causa prejuízo de R$ 3,5 bilhões (US$ 2,1 bilhões) por ano nas Américas, segundo estudo publicado pela Universidade Brandeis (EUA), nesta segunda-feira (7), no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. Essa quantia supera o ônus causado pelo vírus HPV (vírus do papiloma humano), contraído na relação sexual, e do rotavírus, a principal causa de diarreia fatal entre crianças em todo o mundo
A doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti tem se expandido a partir de sua origem no sudeste da Ásia, ressurgindo em países como Argentina, Chile e Estados Unidos (região da Flórida).
No Brasil, em 2010, o país registrou números recordes de casos de dengue e mortes causadas pela doença – até outubro, havia 936.260 casos de dengue clássica. Destes, 14.342 foram classificados como graves.
Mas, segundo informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na última sexta-feira (4), houve uma redução de 76% no número de casos da dengue em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Padilha não forneceu os números absolutos de casos da doença nesses meses.
De acordo com estimativas dos pesquisadores, 60% da crise econômica causada pela dengue é resultado de custos indiretos, ou seja, perdas de produtividade que afetam principalmente as famílias, os empregadores e os gastos do governo, já que a pessoa quando contrai a dengue, dependendo de seu grau fica afastada do trabalho. Os custos diretos incluem a assistência ambulatorial e hospitalar.
A dengue, em seu tipo mais comum, causa febre alta, dor nas articulações, e dor de cabeça severa. A dengue hemorrágica, o tipo mais grave da doença, por sua vez, pode deixar o paciente acamado por dias e levar à morte. O número anual de infecções por dengue é estimado agora entre 50 a 100 milhões, com 24 mil mortes, principalmente entre as crianças.
Yara Halasa, coautora do estudo “O Impacto Econômico da Dengue nas Américas”, da Heller School’s Schneider Institute for Health Policy, afirma que “entender o impacto econômico de uma doença é uma importante ferramenta para ajudar os políticos a entender o impacto tanto social quanto médico da doença”.
A dengue é classificada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma das “doenças tropicais negligenciadas”, que significa que é prevalente nos trópicos, mas não tem recebido atenção proporcional ao seu peso como outras doenças como a malária. (Fonte: Portal R7)