O Zoológico de Brasília vai tentar impedir a devolução de seis animais aos proprietários do Le Cirque. Em 2008, 22 animais foram confiscados pela Justiça e estavam vivendo em zoológicos e santuários ecológicos espalhados pelo país. Em Brasília, estão um rinoceronte, um elefante, um camelo, um hipopótamo e duas lhamas.
Os donos do Le Cirque foram condenados por maus-tratos porque, segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o circo não apresentava condições mínimas de segurança, nutrição e saúde para os animais. No entanto, na última quinta-feira (17), a Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal reviu a decisão em primeira instância e absolveu os réus.
Para os desembargadores, não há provas suficientes para comprovar os maus-tratos aos animais. As condições de transporte e alojamento a que os bichos foram submetidos eram consequência natural do modo de vida circense, de acordo com a decisão. “A condição nômade destas empresas de espetáculos populares não mais encontram espaços físicos nas cidades do Brasil urbano, o que impõe é uma união, de improvisos e de sofrimentos, dos homens e dos animais, sob as mesmas lonas escaldantes do circo”.
O diretor-presidente do Zoológico de Brasília, José Belarmino da Gama, preparou um relatório comparando a situação dos animais quando chegaram ao parque e as condições atuais. “Os animais estão sendo muito bem cuidados aqui por técnicos, tratadores e veterinários. Muito diferente da situação em que eles se encontravam. Estavam sujeitos a restrição de movimento, transportes sucessivos. Eram ariscos, o estresse era visível”.
O dossiê será entregue à Promotoria de Defesa do Meio Ambiente do MP do Distrito Federal e à procuradoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para servir de subsídio para um recurso judicial contra a devolução dos bichos.
Segundo Belarmino, o zoológico ainda não foi notificado da decisão judicial. “Vejo com tristeza essa possibilidade de os animais terem que voltar para o circo, as condições são incomparáveis”. (Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)