Agricultores do oeste de São Paulo que investiram na criação do bicho-da-seda estão tendo prejuízo. Muitas lagartas morreram e eles acreditam que o motivo é o uso de veneno nas lavouras de cana. O Ministério Público está investigando o caso.
Não há muito ânimo para trabalhar. Em uma criação de bicho-da-seda, o dono, Edilson da Silva, estima um prejuízo de cerca de R$ 1 mil este mês. Era para colher entre 140 e 150 quilos, mas de lá não sairão mais do que 40. Além de pouca quantidade, a qualidade também caiu e nessas condições, não vai conseguir nem R$ 3 pelo quilo.
A poucos minutos da propriedade de Edilson, fica a propriedade de Fausto Correia, onde a realidade é ainda mais triste. A perda é maior.
Segundo o produtor, esta é a pior safra da vida dele. De onde deveria colher 90 quilos, não sairão 20. “Eu considero uma atividade morta”, lamenta.
O problema começou há cerca de quatro anos e atinge muitos outros produtores da região. “Esse problema apareceu quando as usinas se instalaram na região. O tipo de aplicação aérea tem atrapalhado a criação”, explica Yassuyuki Horio, engenheiro agrônomo do Cati, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
A suspeita de contaminação está sendo investigada num inquérito civil instaurado pelo Ministério Público. Um técnico da empresa que compra matéria-prima de 37 produtores do oeste paulista confirma que a situação é preocupante. “Nós temos vários outros casos nos últimos anos de perda total”, disse Adailson de Oliveira.
O inquérito instaurado pelo Ministério Público está em fase de apuração e, em seguida, as partes envolvidas começarão a ser ouvidas. (Fonte: G1)