Moradores de Laranjal do Jari/AP sofrem com enchentes há 2 meses

Moradores de uma cidade no sul do Amapá, banhada pelo Rio Jari, estão sofrendo com as enchentes. E não é de hoje.

Metade do município está embaixo d’água. Um drama que começou há mais de dois meses, quando a cheia tirou as primeiras famílias de casa.

No centro comercial de Laranjal do Jari, alguns lojistas insistem em manter as portas abertas, embora o movimento seja fraco. “Não vende. Só abre mesmo para ficar aberto para a mercadoria não pegar mofo”, contou a comerciante Damiana Santos.

Um pequeno de porto foi improvisado na rua principal da cidade, quase em frente à casa de Seu Antonio. As águas do Rio Jari, que costumam ficar a um quilômetro de distância, agora, obrigaram o carreteiro a suspender os móveis. “A gente sai na madrugada, às 4h, sair nesse horário para o trabalho. E ao voltar, sempre ter aquela batalha de enfrentar essa água é complicado”, contou.

Virou comum no município os moradores ficarem em frente às casas, na beira da rua, com tambores à espera de água. Três caminhões fazem a distribuição dia e noite, mas não conseguem vencer a demanda. Muita gente reclama que fica sem água potável.

“A encanação rompeu, mas ninguém distribui. Por essa razão é preciso que a gente esteja comprando água para beber”, disse a dona de casa Miraci Corelho.

Quatro escolas foram inundadas e outras oito estão servindo de abrigo. Mais de 3,6 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Há mais de um mês dividindo espaço, as famílias vivem em uma situação limite.

“Muita confusão, muita briga. Ainda mais eu que estou grávida, estou passando muita dificuldade”, relatou a dona de casa Maria da Glória.

No pior momento da cheia, o Rio Jari subiu mais de três metros acima do nível normal. Ele já recuou, mas, segundo a Defesa Civil, ainda precisa baixar um metro para que a situação comece a se normalizar. (Fonte: G1)