Um madeireiro que comprou um lote de floresta dentro do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA), há seis meses, foi multado em R$ 170 mil pelo Ibama. O assentamento é o local onde viviam os ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assassinados em maio. A comercialização de lotes na área de reforma agrária não é reconhecida pelo Incra.
O madeireiro está desaparecido da cidade. Segundo moradores ouvidos pelo Ibama, ele foi ameaçado de morte na localidade. De acordo com o órgão ambiental, ele vinha extraindo madeira da mata e “esquentando” o produto ilegal em sua serraria no centro da cidade. Em vistoria no lote, que aconteceu na última semana, o Ibama encontrou 73 árvores derrubadas, a maioria castanheiras-do-pará, espécie protegida por lei contra o corte.
No Sisflora, sistema eletrônico estadual que controla a compra e venda de madeira no Pará, a madeireira tinha 102,2 metros cúbicos de madeira em tora de crédito no saldo, mas ela não tinha uma única tora no pátio. Foram encontrados apenas 8 metros cúbicos de madeira serrada sem registro no sistema, que acabaram apreendidos.
A madeireira é reincidente em irregularidades ambientais, informa o Ibama. Em 2008, ela foi multada pelo Ibama em cerca de R$ 17 mil por venda irregular de madeira. (Fonte: G1)