O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, afirmou nesta segunda-feira (20) que a confiança do público na energia nuclear ficou muito abalada depois do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão.
Fukushima foi danificada no terremoto de magnitude 9, seguido por um tsunami, que atingiu o Japão em 11 de março deste ano. O vazamento de material radioativo no mar e na atmosfera causou a evacuação das áreas mais próximas à usina.
‘A confiança do público na segurança da energia nuclear foi muito abalada. No entanto, a energia nuclear vai continuar importante para muitos países, então é urgente que medidas de segurança mais rigorosas sejam implementadas’, disse o japonês Amano durante abertura da reunião de especialistas em segurança nuclear em Viena.
Após o acidente, alguns países decidiram fechar suas usinas nucleares. A Alemanha já decidiu desligar todos seus reatores até 2022 e a Itália votou contra os planos de retomar a energia nuclear no país.
Mais verbas – A reunião em Viena deve durar quatro dias e reúne representantes de 150 países.
Amano também afirmou que as autoridades da AIEA devem reavaliar os padrões de segurança dentro de 12 meses, com sugestões para melhorar a segurança nas usinas nucleares.
‘A segurança nuclear vai continuar sendo responsabilidade de cada país. Mas a AIEA terá um papel de liderança para modelar um futuro nuclear mais seguro no mundo. A agência é a única organização internacional com conhecimento em todos os aspectos da energia nuclear e segurança nuclear’, disse Amano.
No entanto, para o chefe da AIEA, a agência precisará de mais verbas.
‘Sei que muitos países enfrentam dificuldades financeiras e têm problemas para contribuir mais com o orçamento da AIEA. Mas, para atender às exigências crescentes de assistência em todas as áreas de segurança nuclear, (…) temos que considerar novas formas de financiamento’, afirmou.
Discordâncias – Segundo a correspondente da BBC em Viena Bethany Bell, a reunião também vai discutir um relatório a respeito da situação da usina de Fukushima.
Mais de três meses depois o terremoto e tsunami, a usina ainda está vazando material radioativo.
Algumas informações sobre este relatório já vazaram e indicam que o Japão não seguiu todas as orientações sobre como reagir ao acidente.
De acordo com a correspondente, existem discordâncias sobre a forma de ação internacional que deve ser adotada para evitar mais acidentes em usinas.
Enquanto alguns países afirmam que os detalhes de regras de segurança em usinas devem ser determinados pelos governos de cada país, outros querem que as regras da AIEA sejam obrigatórias sob as leis internacionais.
No momento existem apenas orientações e padrões estabelecidos pela agência. (Fonte: G1)