O incêndio que destrói a Floresta Nacional de Brasília (Flona) desde a última quinta-feira (8) já é considerado o maior da história da unidade de conservação, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A área de conservação foi criada há 12 anos.
De acordo com a chefe da Flona, Miriam Ferreira, 85% da principal área da unidade, que tem 3,3 mil hectares e fica próxima de Taguatinga, foi destruída pelo incêndio que começou na última quinta. Cinco grandes focos de incêndio consomem a floresta.
O G1 esteve neste domingo (11) na área 4 da Floresta Nacional, próxima da cidade de Brazlândia, onde o fogo consumia uma região de reflorestamento de pinus e ameaçava a vegetação de cerrado, distante um quilômetro do local onde estão as nascentes do córrego Capão da Onça.
A água captada nessas nascentes abastece toda a cidade de Brazlândia. Até a tarde deste domingo, o incêndio estava localizado no lado oposto da região da nascente.
De acordo com os fiscais, muitos animais que vivem no trecho atingido pelo fogo estão morrendo. Os fiscais dizem ter visto raposas, siriemas e tamanduás mortos ou fugindo do fogo.
O vento forte e a a palha produzida pelas folhas dos pinheiros ajudavam a ampliar as chamas e a espalhar o fogo rapidamente a outras áreas.
Na sede da Floresta Nacional de Brasília foi montado o Centro de Comando de Combate aos incêndios. Barracas foram instaladas do lado de fora para abrigar os 180 bombeiros e o material usado no trabalho.
O combate às chamas é feito por terra e pelo ar. Segundo Miriam Ferreira, o ICMBio contratou dois aviões com capacidade de despejar 3 mil litros de água por voo na áreas atingidas. Além disso, eles também contam com o apoio do avião da FAB que sobrevoa o local despejando água. O Hércules C-130 tem capacidade para despejar 12 mil litros de água a cada voo.
Segundo Miriam Ferreira, os bombeiros vão iniciar nesta segunda-feira (12) o trabalho de perícia para tentar identificar a origem dos focos de incêndio. A Polícia Federal também vai ser acionada para investigar os incêndios.
De acordo com ela, a principal suspeita é de que os incêndios tenham origem criminosa, provocados por grileiros da região. Miriam diz que depois que o ICMBio intesificou a fiscalização contra o avanço dos assentamentos irregulares, os problemas aumentaram. “Esse povo está altamente descontente”, disse ela. (Fonte: Káthia Mello/G1)