Cientistas britânicos desmentiram um atlas elaborado pela Times Books, editora da News Corporation, que mostra uma redução de 15% no gelo que cobre a ilha da Groenlândia, no hemisfério norte da Terra, nos últimos 12 anos. O grupo do instituto de pesquisa Scott Polar, da Universidade de Cambridge, acredita que o degelo foi de apenas 1% para o mesmo período.
Os pesquisadores usam como base dados de satélite coletados recentemente, que mostram como existe gelo permanente em áreas litorâneas que o atlas apresenta como “livres de gelo”.
A 13ª edição do atlas foi impressa com a informação de que 15% do gelo da Groenlândia desapareceu nos últimos 12 anos. A nova versão da publicação foi atualizada para dar conta das alterações no mundo por conta do aquecimento global. A edição anterior era de 2007.
Os cientistas de Cambridge afirmam que não existe evidência científica na literatura sobre o assunto para apoiar a afirmação feita pelo atlas. Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é de que os cartógrafos responsáveis pela publicação teriam interpretado de maneira errada dados sobre a elevação da cobertura de gelo na ilha. Eles teriam considerado como livres de gelo algumas áreas abaixo de um certo patamar de altitude.
Apesar de desmentir o atlas, os cientistas alertam que a ameaça do aquecimento global é real, mesmo que glaciares sejam reduzidos a uma taxa muito menor do que as expressa na publicação – 0,2% por ano ao invés de 1,5%.
Um porta-voz da publicação – que não pertence diretamente ao jornal britânico The Times – disse que os dados do atlas foram baseados em informações fornecidas pelo Centro de Gelo e Neve norte-americano (NSIDC, na sigla em inglês), órgão do governo dos Estados Unidos responsável por monitorar o degelo em muitas regiões do globo. (Fonte: Globo Natureza)