A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro inicia, até o fim deste mês, ações emergenciais na região serrana, utilizando parte dos recursos federais que chegaram para o estado, no montante de R$ 320 milhões.
O secretário do Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quinta-feira (5) à Agência Brasil que serão feitas dragagens mais profundas em mais 15 rios da região. Serão licitadas obras para a construção de oito parques fluviais, “que garantem a proteção dos rios, atividades como ciclovias, esporte, hortos, mas evitam que se tenha gente morando em local que vai encher, para que as pessoas não morram”.
Segundo Minc, a construção dos parques fluviais tem o objetivo de fazer com que não haja pessoas morando em locais com risco de deslizamento. “Se chover, você perde a ciclovia, perde alface, mas não perde a vida”, ressaltou o secretário. Serão construídos mais quatro reservatórios na região que receberão a primeira carga pesada de água das chuvas e impedirão que as cidades inundem. “Serão obras complementares, mais profundas”.
A secretaria providenciou a dragagem de 14 rios nos municípios de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. A dragagem retirou desses rios 650 mil metros cúbicos de lama. Nessas cidades, foram instalados mais dez hidrômetros, equipamentos para alerta de enchentes. Com esses, sobe para 30 o total de equipamentos de hidrometria na região.
Minc espera que a reunião que ocorrerá esta noite com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o governador Sergio Cabral Filho, garanta recursos compartilhados para a realização de obras mais estruturais no noroeste do estado, para resolução dos problemas de inundações.
“São três desvios de rios e um reservatório grande que vão, definitivamente, resolver os problemas de inundação”. Outra obra grande na região, com recursos federais e estaduais, é a recuperação dos canais de Campos, visando impedir enchentes nas áreas situadas entre Campos e São Francisco do Itabapoana e São João da Barra, em torno da Lagoa Feia. Minc destacou que vários canais já foram recuperados, envolvendo recursos no valor de R$ 100 milhões.
A expectativa do secretário é licitar as novas obras agora, para que elas possam ser iniciadas entre abril e maio próximos. Carlos Minc destacou ainda a necessidade de ser construída uma barragem em Minas Gerais, porque, segundo ele, boa parte do volume de água que chega ao estado do Rio vem de Minas. “O Rio Muriaé está dentro de uma bacia hidrográfica federal”, lembrou.
No noroeste do estado, foram criados 15 hortos municipais e foi feita a dragagem em 30 rios e córregos, de forma preventiva, por meio do projeto de desassoreamento e limpeza Limpa Rio, para evitar o aumento do nível de água. As obras, a partir de agora, terão como foco o desvio de rios que passam no meio de várias cidades”. O Rio Muriaé é um desses exemplos, tendo seu curso iniciado em Minas Gerais e, depois, passando pelos municípios de Lajes do Muriaé, Itaperuna e Italva, no estado do Rio.
O desvio do Rio Muriaé envolve investimentos de R$ 40 milhões e conta com recursos federais e do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). (Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)