O secretário estadual da Defesa Civil, Sérgio Simões, decidiu suspender os trabalhos de buscas por soterrados em Jamapará, Sapucaia, Centro-Sul Fluminense, por volta das 20h45 desta terça-feira (10), por medida de segurança. “A equipe está correndo sérios riscos. Além disso, há um talude enorme que desceu no deslizamento, parou pela metade do terreno e corre o risco de continuar deslizando”, afirmou Simões, acrescentando que a chuva forte que atingiu a região causou mais instabilidade no solo.
Ainda de acordo com o secretário, a previsão é de que as buscas retornem na manhã de quarta-feira (11), “assim que o dia clareie”.
Na noite desta terça (10), só uma máquina continuará operando, mas apenas para fazer o trabalho de limpeza da área, na parte mais baixa do terreno.
Mais cedo, Simões falou sobre o risco de novos deslizamentos em Jamapará. “Nosso trabalho é de altíssimo risco. Há possibilidade de novos deslizamentos e rolamentos de pedras aqui”, afirmou ele, acrescentando que os bombeiros acreditam que cerca de 9 ou 10 corpos ainda estejam soterrados.
Na segunda-feira (9), Simões ressaltou que Jamapará vai entrar para o mapa de regiões que necessitam de um sistema de alertas contra deslizamentos.
“É uma história que se repete, porque foi de madrugada, quando as pessoas estão mais indefesas. É esse cenário de tristeza, cada corpo que sai, é uma comoção”, concluiu Sérgio Simões.
Treze mortos – A prefeitura de Sapucaia confirmou que já chega a 13 o número de mortos no deslizamento ocorrido na madrugada de segunda-feira (9) em Sapucaia – 12 em decorrência do deslizamento de terra que atingiu cerca de oito casas no distrito de Jamapará e uma decorrente de uma casa que desabou no município.
Cinco vítimas do deslizamento, pai, mãe e filho de uma família, e avô e neta de outra família, foram sepultadas na tarde desta terça-feira (10). No caminho para o cemitério, mais de 200 pessoas se emocionaram ao passar em frente ao local do deslizamento.
Segundo a prefeitura, cinco corpos foram encontrados na manhã desta terça-feira (10). As vítimas são a jovem Livia Gomes, de 22 anos, achada por volta das 8h15; uma mulher de cerca de 42 anos, encontrada às 9h; Glória Nascimento, de 72 anos, localizada às 9h10; dois homens ainda não identificados, sendo que um deles tem uma perna amputada.
Ainda segundo a prefeitura, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil trabalharam até a 1h30 desta terça nas buscas. Os trabalhos das equipes recomeçaram por volta das 7h30 com o apoio de cães farejadores. Homens do Exército também estão no local para ajudar as equipes.
Posto médico montado em igreja – A Secretaria estadual de Saúde montou um miniposto de atendimento médico na igreja de Jamapará, perto do local onde ocorreu o mais grave deslizamento de Sapucaia. Além do posto, um Ciep da localidade também está dando suporte aos moradores da região, recebendo os desabrigados.
A lista de cadastrados no Programa Saúde da Família vai complementar as informações de moradores para que seja criada uma lista unificada de desaparecidos.
Deslizamento em Sumidouro – Também na segunda, um deslizamento de terra atingiu duas casas em Sumidouro, na Região Serrana do Rio, e acordo com o coronel Aluísio Alves Silva, da Defesa Civil do município, 15 pessoas estavam no local, mas ninguém ficou ferido.
No Rio de Janeiro, as chuvas deste começo de ano levaram sete municípios das regiões Norte e Noroeste a decretar situação de emergência após as enchentes. Balanço divulgado no domingo (8) pela Secretaria de Estado da Defesa Civil incluía as cidades de Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Miracema e Aperibé. (Fonte: Carolina Lauriano/ G1)