O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lança, nesta quarta-feira (28), às 19h, o Programa de Educação Ambiental para Agricultores Familiares (PEAAF), durante o VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, que acontece em Salvador, até o próximo dia 30. A secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Samyra Crepso, participará da abertura do evento. Nos dois dias subsequentes, haverá rodas de conversa entre educadores e agricultores, para apresentar o programa e esclarecer dúvidas. O PEAAF é resultado de reivindicação do Grito da Terra – marcha dos trabalhadores rurais que se realiza anualmente em Brasília – promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (Contag) em 2009.
Por meio de ações educativas articuladas entre setores do governo e da sociedade, o programa busca a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento da problemática socioambiental do meio rural. Resgata os preceitos da Política Nacional de Educação (PNEA) ao fomentar processos educativos que fortaleçam uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social. “No PEAAF, trabalhamos temas como participação social, agroecologia, práticas produtivas sustentáveis, tecnologias sociais, impactos da agricultura contemporânea sobre o meio ambiente, relação campo-cidade, recuperação de áreas degradadas e legislação ambiental”, explica Adriana Chaves, técnica da equipe de coordenação do programa e organizadora das rodas de conversa. O objetivo final é contribuir para a sustentabilidade dos agroecossistemas e para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares do país.
“Pretendemos estabelecer um diálogo mais direto com os produtores rurais familiares e lideranças sindicais para estabelecer com eles uma produção sustentável no campo” ,afirma o diretor Nilo Diniz, do Departamento de Educação Ambiental (DEA) do MMA. “O conteúdo do curso é construído em conjunto, já que muitas das soluções para a produção agrícola familiar sustentável já são praticadas por eles”.
Público-alvo – O programa é destinado a agricultores e jovens agricultores familiares de ambos os sexos, assentados e acampados da reforma agrária, comunidades tradicionais, extrativistas e pescadores. Também participam sindicatos; cooperativas; organizações e movimentos sociais do campo; agentes de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural); professores e estudantes de instituições públicas de ensino superior e da educação básica; membros de grupos de aprendizagem, pesquisa e extensão; membros de conselhos, comissões e colegiados públicos.
A estratégia de implementação do programa passa por cinco etapas: articulação com órgãos, políticas, planos e programas federais; apoio à elaboração e implementação das ações nos estados; educação à distância e semi presencial; fomento de projetos de EA com agricultura familiar; comunicação em EA para agricultura familiar.
A agricultura familiar envolve mais de 4 milhões de estabelecimentos e 12,3 milhões de pessoas no Brasil, segundo o último censo agropecuário (2006). Entre os alimentos que chegam às mesas dos brasileiros, 87% da mandioca, 70% do feijão, 59% dos suínos, 58% do leite, 50% das aves e 46% do milho provem da agricultura familiar. (Fonte: MMA)