Projeto florestal brasileiro é o primeiro a receber certificados de redução de emissões de CO2

O projeto florestal do Grupo Plantar, de Minas Gerais, foi o primeiro a receber certificados temporários de redução da emissão de carbono pela Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. Em parceria com o Bando Mundial, o projeto recompensou um montante de quatro milhões e setenta e duas mil toneladas de CO2.

O Plantar atua nas áreas de reflorestamento e siderurgia e lidera a mudança de caminho desse setor por meio do estabelecimento de 11.600 hectares de plantios de eucalipto manejados de forma sustentável, que sequestram dióxido de carbono da atmosfera e fornecem uma fonte de carvão vegetal renovável e neutro em carbono, ao mesmo tempo que contribuem para a proteção de florestas nativas e da biodiversidade.

Desse modo, a empresa brasileira consegue superar a falta de madeira renovável para suprir sua indústria. A iniciativa também estimula o setor a usar áreas previamente degradadas e a conservar grandes áreas de florestas nativas do Cerrado.

Para Geraldo Alves de Moura, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Plantar, este é um momento histórico e salienta que o mais importante é saber que a emissão desses créditos consolida oficialmente o reconhecimento do papel das florestas plantadas, bem manejadas, em termos de combate ao aquecimento global e de promoção do desenvolvimento sustentável.

“Estamos realmente honrados em ter alcançado um marco tão importante depois de mais de uma década de um árduo trabalho em equipe. Mais gratificante ainda é saber que o trabalho pioneiro do projeto também contribuiu para o avanço de políticas e arranjos institucionais mais amplos para mitigação das mudanças climáticas no país”, disse Fábio Marques, Superintendente da Plantar Carbon, empresa de consultoria sobre mudanças climáticas do Grupo Plantar.

A Convenção Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) emitiu mais de quatro milhões de Certificados Temporários de Redução de Emissões (tCERs) para o projeto de reflorestamento da Plantar, fazendo deste caso o primeiro no mundo. Projetos de Reflorestamento no MDL somente podem emitir créditos por cada período de compromisso. Assim, diversos projetos estão esperando o final do primeiro período (2012) para aumentarem o número de créditos emitidos. Até o momento, esse é o primeiro projeto florestal no mundo a emitir esses tipos de créditos.

Os créditos emitidos são temporários e as regras da ONU exigem que os certificados sejam reavaliados a cada cinco anos para garantir que o estoque florestal plantado permaneça. (Fonte: Amda)