Uma nova rodada de debates climáticos começou nesta segunda-feira (14) em Bonn, na Alemanha, com países ricos e pobres discutindo uma possível redução de gases estufa para frear o aquecimento global.
É o primeiro encontro oficial de negociadores desde que última Conferência das Partes (a COP 17), realizada entre novembro e dezembro do ano passado em Durban, na África do Sul.
Enquanto a chefe para assuntos climáticos das Nações Unidas, Christiana Figueres, chamou a atenção para que todos os países transformem o discurso político em ações mais concretas para salvar o planeta, observadores e países em desenvolvimento insistiram em que os países ricos deveriam se comprometer a atingir metas mais rigorosas para a redução de gases.
Figueres mencionou uma nova pesquisa que prevê que a temperatura da Terra deve subir cinco graus Celsius dos níveis pré-industriais até as taxas atuais, em vez dos dois graus almejados.
“Ainda temos uma enorme lacuna entre intenção e esforço”, declarou ela aos jornalistas, enquanto especialistas e diplomatas de 170 países se encontravam para começar a lançar as bases para um novo pacto sobre aquecimento global, a ser finalizado em 2015.
Acordo histórico – Em dezembro passado, ao final da COP 17, países decidiram que devem deixar as taxas dos principais emissores abaixo de um teto determinado até 2020. Ainda nesta segunda-feira, foi iniciada a elaboração de emendas para o Protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global que devem ser adotadas na próxima conferência climática em Doha em novembro ou dezembro.
“Todos os países têm a responsabilidade de cumprir com a sua parcela correspondente, especialmente aqueles que apresentam um histórico de maiores níveis de emissão”, afirmou a Aliança dos Pequenos Estados Insulares.
Um grupo de países menos desenvolvidos acusou os desenvolvidos de “tentar renegociar as taxas e decisões combinadas” em vez de cumprir com as promessas financeiras feitas para diminuir o aquecimento global no mundo desenvolvido.
O Greenpeace alertou a União Europeia para reforçar seu compromisso para reduzir seus gases estufa em 20%. Contudo, o representante da UE, Christian Pilgaard Zinglersen, informou em uma coletiva de imprensa: “Não acho que a União Europeia vá mudar seus padrões” de emissões combinadas em Bonn.
Figueres considera que o processo político é “incrivelmente desafiador”. “Precisamos acalmar nossa animação com realismo”, disse ela em uma conferência transmitida online, acrescentando que uma solução deve ser “tecnicamente possível e economicamente viável”. (Fonte: G1)