Jovens brasileiros criam 11 patentes ‘ecológicas’ em corrida da inovação

A Innovation Race, uma corrida pela inovação para o desenvolvimento sustentável realizada no Planetário do Rio, terminou na tarde desta sexta-feira (1º) com vinte projetos de produtos para melhorar a vida das pessoas. Destes, 11 projetos desenvolvidos por 12 estudantes de mestrado e doutorado de quatro grandes universidades (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do ABC e PUC-Rio) vão ser patenteados.

A corrida da inovação faz parte da “Semana da Inovação Brasil-Suécia: Inovação para o Desenvolvimento Sustentável”, promovida pelo governo da Suécia. O evento começou na segunda-feira (28) e foi até a sexta (1º), quando os produtos foram apresentados pelos estudantes. Em apenas 72 horas, os estudantes desenvolveram soluções tecnológicas e inovadoras para problemas do dia a dia das grandes cidades.

Entre os produtos que podem ser desenvolvidos comercialmentes estão uma ducha que usa bomba de calor, teste para a potabilidade de água nas residências e um filtro de água que pode ser instalado na orla de praias como Ipanema para oferecer água potável aos cidadãos. O filtro ainda é equipado com uma placa fotovoltaica que se ilumina à noite sem qualquer uso de eletricidade.

Com ajuda de representantes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), os projetos serão patenteados e poderão no futuro se tornar produtos comercializados. Os projetos começaram a ser pensados na tarde de segunda-feira e, em 72 horas, foram desenvolvidos, analisados e projetados.

Com o apoio de um coordenador e um designer, e um “back office” formado por pesquisadores, advogados de patentes, analistas de mercado, economistas e criadores de protótipos, os grupos apresentaram na sexta-feira os resultados desta corrida contra o tempo.

Uma das principais características desta corrida é que cada um dos participantes tem uma formação acadêmica diferente dos demais. Entre os competidores estão jornalista, engenheira de produção, engenheira química, biomédica, publicitária, microbiologista, químico e administrador de empresas, entre outros.

Base do futebol – Esta é a 36ª edição da Innovation Race. A corrida foi criada pelo professor sueco Kaj Mickos, que defende a ideia de se democratizar o processo de inovação. Segundo ele, é preciso reunir uma filosofia capaz de entender que são as pessoas, e não a tecnologia, que produzem inovação.

“Reunimos estudantes que não se conheciam e não tinham nenhuma ideia preparada para em um tempo recorde desenvolver soluções para problemas da cidade”, destaca. “Isso mostra que é possível sim fazer inovação. E isso vale para qualquer pessoa, jovem, velho, com ou sem curso superior.” Para isso, é preciso contar com investimento, reunir especialistas em diversas áreas e um líder que não tenha apenas o “know how” (como fazer), mas o “know who” (detectar quem pode fazer o quê).

Mickos faz uma comparação com o futebol. Ele explica que no futebol existe uma pirâmide na qual a base é formada por jogadores desconhecidos, times pequenos, estádios, campeonatos, transmissões esportivas. E no topo da pirâmide está um grupo seleto dos grandes astros, como Neymar, Ronaldo, Pelé, Romário. “Quando se fala em inovação, só querem saber desta elite de craques, mas o que realmente sustenta e importa é toda a base, os pequenos projetos e conhecimento desenvolvido”, afirma o sueco. “É impossível saber no início se um projeto vai virar um produto comercialmente sustentável, mas é preciso desenvolver processos para fazer aparecer estes craques.”

O professor vê o Brasil com grande potencial para desenvolver soluções inovadoras. “É um país com tantas pessoas diferentes, uma energia muito grande, precisa saber canalizar esta criatividade.”

Exposição – Além da Innovation Race, uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil mostra inovações desenvolvidas pela indústria da Suécia, como um aparelho que mostra como obter água potável utilizando somente energia solar.

Os visitantes poderão também conhecer um jogo de inovação no qual um projetor amplia o campo de visão do participante dando a sensação de enxergar nove vezes mais do que em uma tela normal. O experimento promete uma envolvente aventura no mundo 3D usando apenas jogos e softwares de última geração. (Fonte: G1)