Cientistas da Finlândia e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, verificaram que nos últimos 30 e 40 anos aumentou a ocupação de plantas e arbustos na região da tundra Ártica devido às temperaturas mais altas na região.
A modificação da paisagem, que fica próxima ao Polo Norte, já seria resultado da mudança climática global aponta estudo publicado neste domingo (3) na revista “Nature Climate Change”.
A tundra abrange uma área entre a Escandinávia, Sibéria, Alasca, Groenlândia e Canadá. Recebe pouca luz e pouca chuva, apresentando um clima polar, frio e seco. Por conta disso, o solo permanece gelado e coberto de neve durante a maior parte do ano, a vegetação é rasteira e não possui árvores. Até agora.
Os pesquisadores analisaram uma área de 100 mil km², utilizando imagens de satélitem trabalho de campo e observações trazidas por pastores de renas. Com isso, encontraram salgueiros e algumas plantas do gênero alnus que cresceram e atingiram mais de dois metros de altura nas últimas quatro décadas. Essa vegetação ocuparia até 15% do bioma.
“É uma grande surpresa que estas plantas estejam reagindo desta maneira”, afirmou Marc Macias-Fauria, da Universidade de Oxford e principal autor do relatório. Ele afirma ainda que os cientistas haviam pensado que a ocupação do Ártico com o aquecimento global levaria séculos.
“Mas o que encontramos é que os arbustos que já estão lá, se transformando em árvores em apenas algumas poucas décadas”. Macias-Fauria afirmou ainda que a área pesquisada é uma pequena parte da vasta tundra ártica, que já é mais quente que o resto do Ártico, provavelmente devido à influência de ar quente vindo da corrente do Golfo.
“Contudo, esta região parece antecipar o resto do bioma. Nos mostra o que provavelmente vai acontecer com o resto do Ártico num futuro próximo se estas tendências de aquecimento continuarem.”
Temperatura mais alta – Estudos anteriores sugeriram que o avanço da floresta sobre a tundra do Ártico poderia aumentar o aquecimento do Ártico em 1 a 2 graus Celsius adicionais até o fim deste século.
O aquecimento no Ártico está acontecendo cerca de duas vezes mais rápido do que no resto do mundo. Com a neve que reflete o calor e o gelo retrocedendo, cresce a superfície coberta com terra ou água, que têm cor mais escura e, portanto, absorvem mais do calor do sol.
O mesmo ocorre quando árvores são tão altas que encobrem a neve, apresentando uma superfície mais escura, que absorve a luz. Um maior aquecimento no Ártico deve estimular a exploração de petróleo e gás, assim como atrair rebanhos de renas à procura de arbustos de salgueiro.
Mas um planeta em aquecimento também está ligado a acentuação de secas severas e enchentes pelo mundo, colocando em risco pessoas, assim como as produções agrícola e pecuária.
A temperatura média global em 2011 foi a 9ª maior já registrada na meteorologia moderna. A elevação estaria ligada a uma maior emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).
Levantamento da Agência Internacional da Energia (AIE) divulgado em maio apontou que a queima de combustível fóssil foi responsável por causar emissões recordes em 2011 – 31,6 bilhões de toneladas, aumento de 3,2% em relação a 2010. (Fonte: G1)