A poluição ainda é uma das maiores preocupações com o oceano. Conseguimos formar até um “continente de plástico” com o lixo que vai parar no mar. Além disso, metais pesados vão para a água e esses venenos, como o mercúrio, voltam no que comemos. O mais surpreendente, contudo, é que poluímos os oceanos das mais variadas formas e com ações comuns no dia a dia.
“A gente toma remédio, ele não é totalmente absorvido, sai pela urina, vai pro rio, chega no mar”, diz a professora Márcia Bícego, da Universidade de São Paulo (USP) e que pesquisa a poluição marinha. Ela afirma que até o xampu que usamos pode acabar nos oceanos e causar problemas aos animais.
Mas como fazemos para atenuar esse quadro? Segundo Márcia, o ideal seria botar o pé no freio. “A coisa mais importante hoje talvez seja a gente reduzir o consumo. Baixar um pouco a bola. Durante muito tempo, durante muitos anos o consumo é induzido. (…) Se o ser humano não tomar um pouco de consciência e se contentar com um pouco menos, a gente vai chegar em um colapso, provavelmente em um futuro recente. A gente tem que pensar no que se usa, no que se joga fora, no que se pode ser utilizado. Parece ser uma coisa meio batida, mas eu acho uma coisa importante”, diz. “Ninguém vai parar de andar de carro, ninguém vai parar de usar plástico. Ninguém vai parar com isso. Mas pode melhorar, pode consumir menos, comprar menos.”
Mar e aquecimento – Em tempos de discussão sobre aquecimento global, a professora lembra que os oceanos tem um papel-chave no clima do planeta. “(O oceano) funciona como um tampão do clima. Se não tivéssemos oceano, não teríamos condições climáticas de sobreviver. (Pelas) características físico-químicas da água, ela tem uma capacidade de absorver e reter calor e de funcionar como um tampão do clima. Fora isso, os oceanos são absorvidores do CO2. Existem organismos, existem algas marinhas que fazem a absorção de CO2 como uma floresta.”
O oceano é o lugar menos conhecido do planeta – Existe uma frase divulgada por livros de ciência e na internet que afirma que conhecemos melhor a superfície da Lua do que o fundo do mar. Segundo o professor José Angel Perez, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), não só é verdade como podemos acrescentar até Marte aí.
“Para você se ter ideia, não está mapeado devidamente, com instrumentos, todo o fundo do oceano. Tem uma boa parte que a gente não sabe nem sequer a batimetria (a profundidade e a forma do piso do mar). Quando a gente abre aqueles mapas que se vê o relevo do fundo, boa parte daquilo é estimado. Não é medido.”
Perez é coordenador do projeto Mar-Eco, que estuda a cordilheira do Atlântico (uma cadeia de montanhas subaquática) e faz parte do Censo da Vida Marinha. Segundo ele, hoje conhecemos cerca de 260 mil espécies marinhas e por volta de 1,5 milhão nos continentes. “Só pelo território, você teria que esperar no mínimo a mesma coisa, ou muito mais. Nós temos o conhecimento de 260 mil, nem um quarto do que se esperava ter no oceano”.
O professor afirma que a área da plataforma continental, aquela mais próxima da costa, é a mais conhecida. Contudo, as áreas profundas, a mais de 4 mil m, foram pouco exploradas pela dificuldade e custo do acesso. As profundezas do oceano são as áreas menos conhecidas do planeta e, seguidamente, coisas estranhas aparecem por lá.
Dia Mundial dos Oceanos – A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 2008 o dia 8 de junho como o Dia Mundial dos Oceanos com o intuito de discutir meios de conservar e usar sustentavelmente os recursos marinhos. (Fonte: Portal Terra)