Operações de reintrodução de leões criados em cativeiro nas áreas selvagens da África têm feito muito pouco pela conservação destes animais, afirma um estudo divulgado nesta terça-feira (31) pela revista Oryx. Ações deste gênero, que podem envolver turistas, são classificadas como “comerciais” e “mitos” pelos cientistas responsáveis pela pesquisa.
Elaborada por uma equipe de biólogos da Panthera, unidade especializada em felinos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na tradução em inglês), a pesquisa considera que há um “mito de conservacionismo” em operações deste gênero, quase sempre fracassadas. O estudo demonstra que nenhum leão criado em cativeiro foi realocado de maneira bem-sucedida no meio selvagem.
Conhecidas como “Encontros de Vida Selvagem”, estas operações cresceram nos últimos 20 anos, principalmente no sul da África, segundo os pesquisadores. A avaliação deles é que os leões nascidos em cativeiro e suas crias acabam não sobrevivendo quando libertados, em comparação com felinos criados em meio selvagem.
O potencial de estudo destas operações reside na avaliação do papel que os leões nascidos em cativeiro têm. O fato deste tipo de ação existir permitiu aferir que os felinos que nasceram em jaulas não devem ser reintegrados a ambientes selvagens, na opinião dos cientistas.
Leões selvagens foram deslocados e monitorados por mais de 40 parques do sul da África nas últimas duas décadas, de forma bem-sucedida, diz o estudo. Mais de 500 felinos foram recolocados nos meios selvagens desta maneira, ainda de acordo com a Panthera. (Fonte: G1)